Normalmente estamos eufóricos após vitórias, grandes jogos e conquistas de campeonatos. Mas se perdemos? Muda tudo. Abatimento, mau humor, irritação, as lesões voltam a doer mais do que o normal e o treino costuma ficar mais pesado. Se eu disser pra vocês, este comparativo é idêntico à vida cotidiana de qualquer torcedor. Sim, treinamos meses: musculação, corridas, repetições intermináveis, jogos, vitorias e derrotas.
Mas estes altos e baixos nos moldam, nos lapidam, nos deixam mais fortes, mais sensíveis. Uma sensibilidade que nos ajuda a entender melhor estas crises humanas: financeira, física e, por que não, emocional. Não é fácil, mas com o passar do tempo olhamos para trás com ar de desconfiança, de que poderíamos ter feito melhor. Um grande atleta, normalmente, pensa e sente que deve fazer o seu máximo, pois não se sabe quando será exigido ao extremo, mas um campeão sabe que precisa fazer o seu melhor sempre!
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Os desafios são constantes, e para minimizar a dor da derrota, que é quase normal, deparamos com um dia a dia cheio de surpresas. São contas, contratos vencendo, compras para fazer, família com e sem filhos, amigos, amores não correspondidos... Não que seja ruim, são decisões pessoais, escolhas próprias, é o livre arbítrio. Mas pense em quantos detalhes fazem da sua, da nossa vida o que ela é no dia a dia.
E na vida dos atletas, de quebra, tem um detalhe: o adversário, com nome e sobrenome. Aquele que se prepara tanto quanto você, ou até mais. E, para completar, ele não tem a metade dos dilemas do seu dia a dia. Não é desesperador? A vitória é quase certa para ele. Mas é, na nossa gíria, ''treinável''. Precisamos compreender que a derrota e o erro não são o fim do mundo. Perder um campeonato não é terra arrasada! Mesmo que nos preparemos seis, oito, 12 meses ou até um ciclo olímpico.
Por favor, olhem para o esporte como uma fonte inesgotável de energia, que transforma as pessoas em atletas com qualidade de vida, onde aprendemos disciplina, a ter foco no próprio dia a dia, do nosso corpo e da nossa saúde, um dia depois do outro. Estará calor, frio, chovendo, terá mau humor e grandes alegrias, mas esta aí na sua mão. Você é o técnico, você faz a regras. É você que vai vibrar com os resultados positivos ou motivar-se com os objetivos não alcançados.
Fazemos o seguinte: quando virem um atleta treinando, preparando-se, não diga simplesmente "vamos ganhar, hein?", mas experimente "faz o teu melhor, estamos torcendo por ti, é um orgulho te ter como nosso representante.". Querido leitor, o dia seguinte da derrota é muito amargo, não é fácil apenas levantar a cabeça. Precisamos aprender também a torcer, torcer em fazer o melhor, com toda a força e preparação que nos molda como grandes guerreiros.
Os desafios são diários, mas não esqueçam que nossas jogadas e todas as nossas preparações são frutos de nossas ações, dos nossos treinos e do que pensamos. Olhar diariamente no espelho e ver, sim, um grande vencedor. Independente de qual quadra você irá jogar, não resmungue: prepare-se e faça o seu melhor, sempre!
*ZHESPORTES