De Olimpíada, Giba entende. São três medalhas na competição - uma delas de ouro, em Atenas, no ano de 2004. Por isso, o ex-capitão da seleção brasileira de vôlei é convicto ao afirmar: a equipe de Bernardinho subirá ao pódio no Rio de Janeiro.
De doping a seis vezes melhor do mundo: Giba reconta carreira e não foge de polêmicas em autobiografia
O caminho não será fácil. Há outras equipes que podem oferecer perigo. Além disso, 2015 foi uma temporada de decepções. O grupo principal não conseguiu avançar às semifinais da Liga Mundial e os novatos perderam o Pan-Americano de Toronto na final, contra a Argentina.
Fê Garay acerta com time russo para temporada 2016
Os maus resultados não amedrontam Giba. Aposentado, ele acredita que há lideranças no grupo que podem fazer a diferença. Em Porto Alegre para lançar a autobiografia "Giba neles!", o ex-jogador conversou com ZH e opinou sobre o momento vivido pelo esporte no país.
2015 não foi um ano bom para o vôlei brasileiro. O que faltou para os atletas conseguirem um desempenho melhor?
Acho que a principal função da Liga Mundial ter sido no Brasil era treinar o psicológico dos atletas, para verem a pressão que ia acontecer, para que entendessem como isso funciona. Foi realmente triste. Um pecado. Os jogadores estavam muito nervosos, e os outros times cresceram bastante. E a gente acostumou vocês mal. A nossa geração acostumou vocês mal. Em Toronto, a gente acabou indo com a seleção B, porque o pessoal estava treinando bastante, jogando. Aí foram com o Rubinho com o técnico, sem os atletas principais. E a gente tem uma seleção da Argentina que cada dia cresce mais, que tem o Julio Velasco como técnico, um supercampeão da Itália nos anos 1990. Tem jogadores que não são meninos, são experientes.
O ouro na Olimpíada está próximo ou longe da seleção brasileira?
Eu vejo próximo. Vejo o Brasil como uma das cinco grandes potências do mundo hoje. Tem junto os Estados Unidos, França, Cuba, enfim. Acho que esses times têm chance de pódio. O Brasil vai ficar com uma das medalhas. Desses times citados, com certeza, estão as três medalhas olímpicas.
Entre as seleções citadas, tem uma favorita?
Não. Acho que essas, tanto no masculino quanto no feminino, são as seleções que crescem cada dia mais e que a gente tem que ficar bastante de olho.
Qual jogador você acredita que pode fazer a diferença em 2016?
Acho que o Bruninho pode fazer uma grande diferença, o Lucarelli, Lucão. Serginho não precisa nem falar, foi meu companheiro de anos e anos na seleção. Acho que esses são os principais nomes. E aí tem o Murilo com a sua liderança. Ele fez duas cirurgias no ombro, está voltando devagar. Mas é uma peça fundamental para a seleção.
Pela sua experiência, com ouro na Olimpíada em 2004, o que faz a diferença na hora da competição?
Conta você esquecer tudo que tem em volta. Não pode ficar pensando se o pai vai ter ingresso, se a mãe vai estar na arquibancada. Se tem ônibus para chegar na Vila. É o foco. É você saber que não pode desperdiçar nem um pouquinho da sua energia e tempo para pensar em outras coisas que não sejam justamente o treinamento, os videos para aprender sobre as equipes e os jogos.
Você vê necessidade de renovação no vôlei após a Olimpíada?
Acho que isso é complicado falar, até porque estou fora desde 2012. Acompanho, mas acho que isso precisa ser uma coisa bem estudada entre todo mundo. Acho que de jogadores não. A gente tem o Bruninho que tem 29 anos. É novo para um levantador. O auge chega lá pelos 32. O Lucão também tem 29. Essa geração assumiu pelo menos até 2020, em Tóquio. Pelo menos até lá continua. Depois tem que ver o interesse e a vontade de cada um.
Paulão perde aposta e tem de pagar jantar para o filho
*ZHESPORTES