Campeão olímpico em Pequim, tricampeão mundial, maior nadador brasileiro de todos os tempos, César Cielo terá de buscar uma improvável recuperação para brigar por pódios na Olimpíada. A julgar por sua forma a pouco menos de oito meses dos Jogos, não será sobre seus ombros que serão depositadas as maiores esperanças da natação.
O Troféu Open, primeira seletiva brasileira para o Rio 2016, deu o alerta sobre a má fase. Após a modesta 11ª colocação nos 100m livre, Cielo desistiu da disputa de sua prova principal, os 50m livre. Seus médicos garantem que questões clínicas, como o problema no ombro que o tirou do Mundial deste ano, não entraram em jogo na decisão.
O motivo para o abandono foi técnico, o que é preocupante. O tempo para recuperar a forma é pequeno demais para encurtar a distância _ que hoje parece gigantesca _ de Cielo para os melhores do mundo. Em abril, o paulista ganhará mais uma oportunidade de confirmar a vaga, no Troféu Maria Lenk.
A crise de Cielo só não é tão dramática para o Brasil porque há outra referência na prova que o consagrou. Bruno Fratus se firmou entre os principais velocistas da natação no mundo. Ele encerra um 2015 de sucesso na segunda posição do ranking com a prata no Mundial de Kazan, onde perdeu apenas para o francês Florent Manaudou, que hoje parece estar um patamar acima de seus rivais na luta pelo ouro olímpico.
A lamentar fica a distância do sonho de duas medalhas brasileiras nos 50m livre, uma perspectiva que parecia bem mais palpável no momento em que Fratus evoluía e Cielo ainda ocupava lugar de destaque no cenário internacional. Resta, agora, torcer pela recuperação do multicampeão.
* ZH Esportes