Há personagens que se transformam em estrelas na Olimpíada. César Cielo experimentou a mudança após o título em Pequim-2008. Arthur Zanetti foi o nome brasileiro em Londres-2012. Mas quem será o grande personagem do Brasil dos Jogos no Rio? A canoagem tem um forte candidato.
Aos 21 anos, o baiano Isaquias Queiroz é um prodígio. Bicampeão mundial dos 500m - distância que não é olímpica - mantém-se entre os melhores dos 1000m, sua prova mais forte, há alguns anos. No Mundial disputado em Milão, não disputou sua distância favorita para buscar a classificação brasileira nos 200m. Mesmo sem ser especialista, foi bronze. E de quebra ganhou o ouro, ao lado de Erlon Souza, no C-2 1000m.
Não será surpresa se Isaquias encerrar as competições na lagoa Rodrigo de Freitas com duas medalhas de ouro no peito. Melhor ainda é saber que a ascensão não se deve somente ao talento extraordinário.
Um sério trabalho comandado pelo técnico espanhol Jesus Morlán transformou o Brasil em protagonista no cenário internacional da canoagem. Na prova de C-1 200m, por exemplo, Nivalter de Jesus foi quinto colocado no Mundial de 2013.
Um desempenho histórico é praticamente garantido no ano que vem. Além das chances de Isaquias em duas provas - uma delas ao lado de Erlon Souza - há ainda alguma possibilidade com Nivalter, desde que esteja em um dia inspirado. Imagine o impacto que três medalhas em uma edição dos Jogos teria sobre um esporte que nunca foi ao pódio.
O caminhão de dinheiro que foi depositado no esporte brasileiro nos últimos quatro anos foi melhor aproveitado por uns do que por outros. No caso da canoagem brasileira, parece que o legado da Olimpíada em casa será uma mudança de patamar no cenário internacional que tem tudo para ser duradoura.
*ZHESPORTES