
Leila Pereira rebateu, nesta quarta-feira (12), o movimento dos jogadores contrários ao gramado sintético no futebol brasileiro - que afetou, principalmente, o Allianz Parque, que tem a grama artificial desde 2020. Após reunião do Conselho Técnico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a presidente do Palmeiras afirmou que os jogadores que criticam o sintético "já deveriam ter parado de jogar".
— Não é possível comparar gramados europeus com a situação brasileira. É melhor ter gramados sintéticos de primeira linha do que jogar em gramados esburacados. A gente tem que discutir, sim, a qualidade dos gramados no Brasil. Não se o sintético é melhor ou pior — afirmou Leila, na sede da entidade, no Rio.
Ao longo do último mês, as críticas ao gramado sintético entraram novamente em pauta após movimento, liderado por Neymar, Lucas Moura e Thiago Silva, e com o apoio de diversos nomes da Série A do Campeonato Brasileiro, ganhar apoio nas redes sociais. Na primeira divisão, o Engenhão (Botafogo) e o Allianz Parque (Palmeiras) adotam o gramado sintético, enquanto a MRV Arena (Atlético-MG) tem planos de instalar em breve.
— Os atletas que reclamam (do gramado sintético), geralmente, são mais velhos. Até compreendo que eles querem prolongar ainda mais a vida profissional, e acham que pode encurtar a vida útil deles. Mas, normalmente, são atletas que já deveriam ter parado de jogar futebol em vez de ficar reclamando do gramado. No Brasil, a realidade é outra. Se os gramados europeus são tão bons, ótimo. Fiquem lá e não venham para cá — apontou a dirigente.
As críticas não foram direcionadas a nenhum atleta em específico. Entre os jogadores que se posicionaram contra o campo artificial, além dos líderes do movimento, está Dudu, que jogou, entre 2020 e 2024 no sintético do Allianz Parque. Hoje no Cruzeiro, o atacante deixou o clube alviverde "pelas portas do fundo" e sem o apreço da presidente do Palmeiras.
Neste mês, Lucas Mouta argumentou que, no sintético do Allianz Parque, é "praticado outro esporte". Além desse fator, atletas defendem que o campo artificial aumenta o risco de lesões - ainda que não haja um estudo que comprove a alegação. Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, afirmou, no entanto, que o sintético é pior "para as articulações".
Na reunião entre os 20 clubes da Série A, ficou acordado que o tema do gramado sintético seria abordado, no futuro, pela Comissão Nacional de Clubes (CNC), que existe dentro da CBF desde o ano passado, assim como a regulamentação do Fair Play Financeiro no futebol brasileiro. Hoje, esse grupo é formado por dirigentes de Flamengo, Fortaleza, Internacional, Palmeiras, São Paulo e Vasco.
— Não houve votação, se fica ou sai o gramado sintético. Houve um compromisso em se aprofundar nesse assunto e chegar a uma conclusão em que todos os clubes sejam atendidos — afirmou Leila. A CBF prepara a apresentação de um estudo, com incidência de lesões e outros fatores.