O Ministério do Esporte enviou uma carta à Conmebol para pedir garantir de segurança para a seleção brasileira sub-20 durante a disputa do Campeonato Sul-Americano da categoria, a ser disputado na Venezuela, no fim do mês. No documento, o ministério afirmou que a "segurança e o bem-estar" dos jogadores é "prioridade máxima para o governo federal".
O Sul-Americano, que vale vaga no Mundial Sub-20, será disputado em solo venezuelano entre os dias 23 de janeiro e 16 de fevereiro. A escolha do país-sede, contudo, vem gerando críticas nos países vizinhos em razão da turbulência política vivida pela Venezuela nas últimas semanas.
"Embora a organização do campeonato esteja a cargo de uma entidade privada e com total autonomia para decidir os rumos do futebol sul-americano, a proteção e o bem-estar dos nossos cidadãos são prioridade máxima para o Governo Federal e para o Ministério do Esporte", disse documento assinado por Athirson Mazolli e Oliveira, secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor.
Na carta enviada ao presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, o Ministério do Esporte pediu "medidas cabíveis" para garantir a segurança da seleção, sem entrar em detalhes. "Servimo-nos do presente para solicitar que sejam adotadas todas as medidas cabíveis e necessárias para assegurar a integridade física de todos os cidadãos brasileiros, tais como atletas, membros da comissão técnica, torcedores, profissionais de imprensa, dentro outros."
"Reiteramos a imperiosa necessidade que esta entidade esportiva mobilize todos os esforços necessários para garantir, com excelência, a realização da competição, com a máxima segurança possível."
O Brasil é o segundo país a se manifestar publicamente e oficialmente sobre a questão da segurança na Venezuela. Na semana passada, a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, afirmou que é um risco enviar a seleção do seu país para o Sul-Americano. E pediu à Conmebol que mude a sede do torneio de última hora.
"Nossa seleção sub-20 pode ir à Venezuela no dia 23, eles não podem tomá-la como refém?", questionou Patricia em entrevista à CNN Radio, num momento de ápice das divergências diplomáticas entre os governos da Argentina e da Venezuela.