No futebol americano existe uma máxima de que para ser campeão é preciso ter um quarterback de elite. Ela se confirma quase sempre, com raras exceções, como Joe Flacco com o Baltimore Ravens em 2012 ou com Nick Foles levando o Philadelphia Eagles à glória inédita em 2018. Existem times que são bem montados, mas pecam na escolha do quarterback, o que gera fracassos e frustrações.
Na abertura da Semana 2 da atual temporada da NFL, o Miami Dolphins recebeu o Buffalo Bills, em um clássico divisional no qual era esperado equilíbrio e até um certo favoritismo para os mandantes. No entanto, tudo isso ficou para trás na primeira campanha. O quarterback Tua Tagovailoa, dos Dolphins, lançou uma interceptação e colocou o ataque dos Bills em ótima situação para abrir o marcador com um touchdown.
Ainda no primeiro quarto veio a segunda interceptação do passador de Miami. Depois disso, o time da casa se perdeu e Buffalo abriu boa vantagem até o intervalo. Na volta dos vestiários, entretanto, a situação só piorou. Na primeira campanha ofensiva dos Dolphins, Tagovailoa lançou a terceira interceptação no jogo e esta foi retornada para touchdown por Ja'Marcus Ingram. No fim, vitória dos Bills por 31 a 10.
Pior do que os três turnovers do quarterback de Miami, foi o lance no qual mostrou que a franquia precisa começar a pensar no seu futuro na NFL. Em busca de uma primeira descida, Tagovailoa correu com a bola e não soube se proteger do impacto com Damar Hamlin, que foi forte e lhe causou mais uma concussão na carreira.
O jogador ficou caído no gramado, nitidamente tonto e com os braços travados. Rapidamente ele foi atendido e saiu do campo caminhando, mas sem poder retornar ao jogo. A concussão é uma lesão cerebral causada por uma pancada na cabeça ou uma agitação violenta da cabeça e do corpo.
Não é a primeira vez que Tagovailoa sofre com esse problema. Desde 2020, quando ele foi recrutado na primeira rodada do draft, ele já perdeu mais de 10 partidas após concussões, deixando os Dolphins na mão e atrapalhando seu desenvolvimento como quarterback.
Mais do que o lado do jogador, existe o ser humano Tua Tagovailoa, que ainda tem 26 anos e já sofreu com essa lesão assustadora diversas vezes. É preocupante o seguimento da sua carreira, visto que cada vez mais ele terá medo de jogar para não sofrer concussões. Sendo assim, os Dolphins se prejudicam com ou sem ele em campo, precisando, com certa urgência, encontrar um quarterback para comandar um talentoso time sem um líder.