- Novorizontino lidera a Série B do Brasileirão, enquanto Mirassol é o terceiro colocado
- Clubes adotam formato de administração diferentes, mas colhem resultados semelhantes
O tamanho da façanha é como se o Glória, de Vacaria, e o Guarany, de Garibaldi, estivessem na briga para subir à elite do futebol brasileiro. A grosso modo, é isso que Mirassol e Novorizontino protagonizam na Série B deste ano. Os clubes do interior paulista dão passos firmes para se imiscuir na primeira divisão do Brasileirão em 2025.
Antes do início da 23ª rodada da Série B, o Novorizontino liderava a competição com 40 pontos. A posição foi alcançada após uma sequência de 12 partidas de invencibilidade. Localizado em Novo Horizonte, cidade de 38 mil habitantes, população semelhante a Garibaldi, o clube iguala em sua nova fase os tempos em que, em sua versão antiga, disputou a Segunda Divisão.
Novo Horizonte e Mirassol estão separadas por 100 quilômetros, mas bem próximas na tabela de classificação da Segundona brasileira e no sonho de jogar o principal torneio do país. Mirassol tem população semelhante a de Vacaria e vê seu clube quase centenário viver os seus melhores dias, com o terceiro lugar na Série B, com 38 pontos.
A seguir, confira os segredos das duas equipes para estarem na disputa por um lugar no Brasileirão de 2025.
Mirassol vive sua melhor fase
A camisa amarelo-gema do Mirassol está estampada nos televisores de quem acompanha o futebol há algum tempo. A estreia na elite do futebol paulista foi em 2008. Nesses 16 anos, o clube não disputou o campeonato em três edições. Hoje, vive o ápice de uma história que completará 100 anos em 2025.
Fundado em 1925, o Mirassol ainda é um clube presidencialista. Está sob a tutela do empresário Edson Ermenegildo, há 28 anos no cargo, e atual prefeito da cidade. Na década de 1990, a verba municipal sustentava o time. Nos tempos atuais, a equipe se mantém com os próprios recursos. São 15 patrocinadores.
Em 2017, como um ato para solidificar o crescimento, a direção finalizou a construção de um centro de treinamentos. O CT está distribuído em 50 mil metros quadrados e conta com quatro campos.
O pagamento em dia é o principal atrativo para os jogadores, sendo que muitos deles vestiram as principais camisas do futebol brasileiro. Ainda sem muito espaço para erros, os contratos, em geral, duram apenas uma temporada.
A estratégia do Mirassol repete a de outros clubes que jogam a Série B. O elenco é formado por uma série de veteranos. Neste caso, muitos com passagem pela dupla Gre-Nal. A meta é defendida por Alex Muralha, ex-Flamengo. Seu reserva é Vanderlei, com passagem por Santos e Grêmio.
Nas laterais, dois jogadores que atuaram em Porto Alegre. Formado no Grêmio, Lucas Ramón joga pela direita. Pela esquerda, aparece Zeca, ex-Inter. Danielzinho, ex-Fluminense e Bahia, é o principal nome do meio-campo. Outras figurinha carimbadas são Chico Kim, ex-Juventude, e Gabriel, ex-Flamengo.
No ataque, o ex-colorado Dellatorre (lembra dele?) é o principal nome. O ex-atacante do Inter já tem 31 anos e 14 gols na temporada, metade deles na Série B.
O técnico é Mozart, ex-volante do Flamengo, e que ainda busca o se estabelecer como treinador.
Novorizontino faz o futebol renascer
A cidade é a mesma, as cores são as mesmas, o nome pelo qual o time é chamado é o mesmo, mas o clube é outro. O Grêmio Esportivo Novorizontino faleceu em 1999. Foi refundado em 2010 como Grêmio Novorizontino para suprir a lacuna deixada. Desde o fim do ano passado, virou Grêmio Novorizontino Sociedade Anônima do Futebol. E desde aquele 1º de março de 2010, a vida foi tudo menos monótona.
O crescimento foi aos pulos. Nesses 14 anos de vida, o Tigre do Vale saltou da quarta divisão para as eliminatórias do Paulistão, da Série D para a B e também disputou a Copa do Brasil. A campanha na Segunda Divisão deste ano é uma continuidade ao trabalho do primeiro semestre, quando chegou às semifinais do Estadual.
A equipe segue sob o comando do técnico Eduardo Baptista, ex-técnico do Palmeiras. Em campo, o principal destaque é o atacante Lucca, ex-Ponte Preta e Inter. O time conta com outros nomes rodados no futebol, com o goleiro Jordi, ex-Vasco, o lateral Danilo Barcelos, que atuou por três dos quatro grandes do Rio e nos dois grandes mineiros, o volante Willian Farias e o meia óscar Ruiz.
O Novorizontino passou por uma grande mudança administrativa no ano passado ao virar SAF. O modelo adotado é diferente da maioria dos que fizeram a transição. O clube optou por virar 100% SAF, colocando ações no mercado para capitalizar os cofres.