A abertura dos Jogos Olímpicos de Paris se aproxima, e as delegações começam a desembarcar na França. A vila dos atletas, que vai abranger áreas de três cidades, Saint-Denis, Saint Ouen e L’Île-Saint-Denis, acomodará 14.250 atletas, sendo 277 brasileiros.
E os primeiros representantes do Time Brasil irão ocupar suas acomodações ainda nesta semana. Na quinta-feira (18), quando o complexo será oficialmente aberto pelo Comitê Organizador, a equipe de ginástica artística será a primeira a se hospedar no edifício em que os brasileiros terão à disposição 47 apartamentos, um total de 313 camas e diversos serviços fundamentais durante os Jogos.
O prédio que receberá os atletas do Brasil está localizado no setor D da Vila, que fica afastado da agitação da Zona Internacional. A delegação vai ficar bem perto do refeitório e da área da transporte, evitando assim grandes deslocamentos para se alimentar ou sair para as competições. Também fica próxima a saída da Vila para Saint-Ouen. São apenas 600 metros de distância deste ponto até a base do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
A chegada dos primeiros integrantes do Time Brasil vem sendo preparada por 10 funcionários do COB, de áreas como Infraestrutura Esportiva, Jogos e Operações Internacionais, Logística e Serviços de Vila.
— A primeira vez que visitei a Vila (em junho de 2022), o prédio ainda estava na fundação e fizemos todo o projeto arquitetônico. A gente não constrói o prédio. Dizemos que o Comitê Organizador faz o corpo e nós vestimos a roupa. Não é simples, é uma montagem completa. Mas conseguimos criar esse ambiente ideal para que o atleta consiga o seu melhor resultado — comenta a ex-judoca olímpica Daniela Polzin, que hoje é gerente de Infraestrutura Esportiva do COB.
Uma dos objetivos do comitê brasileiro é dar maior funcionalidade e ofertar o conforto para os atletas. Dessa forma, a entidade criou no edifício uma sala de força e condicionamento (academia), além de providenciar a instalação de aparelhos de ar-condicionado, que foram alugados para minimizar um esperado calor na capital francesa durante as próximas semanas. Outros serviços como atendimento médico, nutricionista, massoterapia, fisioterapia, crioterapia e preparação mental, também foram providenciados.
Formada em arquitetura pouco depois de sua participação nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004, e ganhadora de duas medalhas em Jogos Pan-Americanos (ouro em Winnipeg 1999 e prata no Rio 2007), Daniela celebra a transição de carreira.
— É bem gratificante. É um trabalho profissional que se liga com a minha paixão pelo esporte. Particularmente, por ter vivenciado os Jogos Olímpicos como judoca e ter sentido emoções e frustrações, eu consigo entender o quanto representa fisicamente no corpo do atleta qualquer sacrifício que a gente possa fazer para entregar a melhor estrutura nas nossas instalações.