Há 20 anos a seleção grega chocou o mundo do futebol ao vencer de forma inédita, e impensável, a Eurocopa de 2004. Na ocasião, a Grécia venceu Portugal — que jogava em casa — por 1 a 0 e colocou o nome na história do principal torneio de seleções do "velho continente".
Depois desse acontecimento, a Euro voltou a ter as principais equipes vencendo o título. Contudo, nada impede que uma zebra volte a aparecer. Em 2016, duas seleções chegaram perto disso e foram melhores do que era esperado. A estreante Islândia fez o mundo da bola torcer junto até as quartas de final. Enquanto País de Gales surpreendeu mais ainda e foi semifinalista do torneio.
Na edição de 2024, a possibilidade de uma nova zebra existe. Analisando os jogadores, os modelos de jogo e os grupos em que estão classificadas, três seleções surgem como fortes candidatas a surpreender na Eurocopa que será realizada na Alemanha a partir do dia 14 de junho.
Turquia
Com uma mescla de bons jogadores experientes e promissores, a seleção turca tem boas possibilidades de avançar de fase no Grupo F, que tem Portugal como franco favorito, a República Tcheca como adversária direta e a estreante Geórgia como possível "saco de pancadas".
O jogador mais conhecido dessa equipe é o volante, e capitão, Hakan Çalhanoglu, que atua pela Inter de Milão. Ele é o líder do time e será importante para ajudar as jovens promessas na questão de confiança. A grande promessa turca é o meio-campista Arda Guler, que pertence ao Real Madrid e tem um potencial que empolga os turcos e torcedores do atual campeão da Champions League.
Para fazer gols, o jovem Kenan Yildiz, da Juventus, é uma boa opção pelo lado do campo. Ele une habilidade, velocidade e boa finalização. A Turquia comandada pelo italiano Vincenzo Montella promete ter uma defesa sólida e um ataque capaz de criar muitas oportunidades ao longo da Eurocopa.
Hungria
Também comandada por um italiano, a Hungria de Marco Rossi pode surpreender pela qualidade defensiva. Uma equipe que sofre poucos gols e tem jogadores de qualidade. O goleiro Péter Gulácsi e o zagueiro Willi Orbán, ambos do RB Leipzig da Alemanha, são os pilares do sistema defensivo.
Já na parte ofensiva são dois nomes que podem fazer a diferença. O capitão e camisa 10 Dominik Szoboszlai, do Liverpool, é a referência técnica e principal criador de jogadas dos húngaros. Ele tem a finalização de fora da área como um dos seus trunfos. Na frente, para fazer os gols, a Hungria conta com Barnabás Varga, atacante de 29 anos que pertence ao Ferencvários — principal time do país. Ele fez 20 gols na última temporada em 24 partidas disputadas. Além disso, nas Eliminatórias para a Euro, o camisa 9 marcou quatro vezes em seis jogos.
A seleção húngara está no Grupo A, com a anfitriã Alemanha sendo a favorita a primeira vaga. Na disputa pela segunda posição, os adversários serão Suíça e Escócia. Mantendo a defesa forte e conseguindo ter um ataque com bom aproveitamento, a Hungria pode sonhar em chegar no mata-mata e ser um oponente difícil de ser ganhar em um jogo.
Sérvia
No Grupo C, ao lado de Inglaterra, Dinamarca e Eslovênia está a terceira candidata a zebra na Euro 2024. A Sérvia tem uma das melhores duplas de ataque da competição e a chance de marcar gols aumenta pela qualidade no meio de campo. Os ingleses são favoritos a passar em primeiro, mas terão a forte concorrência dos dinamarqueses e dos sérvios.
A equipe treinada por Dragan Stojkovic tem uma defesa que ainda necessita de nomes de maior qualidade. No entanto, do meio para frente há jogadores decisivos e que já se provaram no futebol europeu. O dono do meio de campo é Sergej Milinković-Savić, que está no Al-Hilal da Arábia Saudita, mas já teve momentos marcantes na Europa. Ele é um primeiro volante que sabe sair jogando e também chega com perigo ao ataque. Mais avançado, Dusan Tadic, do Fenerbahçe da Turquia, é o armador do time e capaz de grandes jogadas.
Esses meio-campistas tem a missão de municiar os dois centroavantes sérvios. Aleksandar Mitrovic, do Al-Hilal, e Dusan Vlahovic, da Juventus, são os responsáveis por balançar as redes adversárias. Geralmente um dos dois começa jogando e o outro entra na segunda etapa para aumentar o poder ofensivo sérvio. É possível que os dois joguem juntos e dessa forma a jogada aérea da Sérvia se torna uma arma poderosa.