Em 10 dias de competição, a Copa América já soma quatro suspensões aplicadas a treinadores por atraso no retorno dos jogadores a campo para a disputa do segundo tempo. A postura, incomum em torneios organizados pela própria Conmebol, vem incomodando os jogadores. E, neste domingo (30), o meia Bruno Guimarães escancarou a crítica à entidade.
— Temos que ficar olhando o cronômetro no vestiário para não deixar passar (a hora de retornar a campo), apesar de eu achar que a Conmebol tem coisa mais importante para se preocupar do que isso— afirmou o jogador da Seleção Brasileira.
Até o momento, os técnicos Marcelo Bielsa, do Uruguai, Lionel Scaloni, da Argentina, Ricardo Gareca, do Chile, e Fernando Batista, da Venezuela, foram suspensos por um jogo, além de receberem multa, pelo atraso no retorno ao gramado.
Bruno Guimarães diz temer que Dorival Júnior possa ser o próximo.
— Sabemos que isso (atraso) pode acarretar e não queremos perder nosso treinador, que é um cara muito importante para gente. Não queremos passar o tempo, então, quando está com 11, 12 minutos de intervalo, a gente já tem que sair correndo para o campo, porque não queremos perder ninguém nesse caminho até a decisão — comenta o camisa 5.
O meia é o segundo jogador da seleção a demonstrar publicamente insatisfação com a Conmebol, entidade responsável pela organização da Copa América. Após a vitória sobre o Paraguai, Vinícius Júnior reclamou da arbitragem e indicou que a seleção não estaria sendo bem tratada nos Estados Unidos. Internamente, a CBF estaria incomodada também com a questão logística, principalmente em relação à distância para os locais de treinamento.
"SOU FOMINHA"
Uma outra suspensão também preocupa a seleção: o desfalque por dois cartões amarelos. Dorival Júnior pode poupar jogadores que já receberam um cartão nesta Copa América, o que não é o caso de Bruno Guimarães. Mesmo assim, o meia fez questão de enfatizar que não quer ficar no banco de reservas.
— Dorival se for poupar, já não me poupe porque eu quero jogar. Sou fominha para caramba, quero estar em campo. Se tomar o cartão pega para as quartas, então não sei o que vai acontecer— brincou o meio-campista.
TORCIDA
O jogador também comentou sobre a festa da torcida após a vitória sobre o Paraguai por 4 a 1, na noite de sexta-feira. Para ele, o resultado é uma oportunidade para aproximar mais os torcedores da seleção brasileira.
— Quando vestimos a camisa da seleção brasileira, existe a pressão de sempre ganhar. Como não ganhamos as Copas dos últimos anos, é uma pressão a mais. Queremos trazer a torcida para perto, não que não estejam, mas queremos 100% da população. Sabemos que é difícil, mas estamos aqui por eles. Queremos marcar nosso nome na história também e não existe a gente contra a torcida. É todo mundo junto, em uma caminha só. Acho que estamos conseguindo trazer a torcida para perto— afirmou.
Ele também destacou a união do elenco atual da seleção, principalmente após os momentos difíceis, como aconteceu diante das críticas após o empate sem gols com a Costa Rica, na estreia.
— Acima de tudo somos um grupo de amigos. Gostamos de estar um com o outro. Estamos sempre juntos na resenha, no truco, para jogar videogame, para treinar, seja o que for. É um grupo que gosta de ficar muito perto um do outro— declarou.
Bruno Guimarães afirmou que não faltou apoio a Lucas Paquetá, após o pênalti perdido contra os paraguaios.
— Quando perde um pênalti, é hora que precisa demonstrar união. Não é fácil perder e já aconteceu com todo mundo. Paquetá não foi o primeiro e não será o último. Demos apoio e no lance seguinte ele conseguiu dar a assistência.
A Seleção Brasileira volta a campo na terça-feira para enfrentar a Colômbia, às 22 horas (de Brasília), em Santa Clara. A partida encerra a participação brasileira na fase de grupos e vale a primeira posição do Grupo D.