Atuante nos resgates das vítimas das enchentes no RS, o surfista Pedro Scooby relatou dificuldades além do esperado em áreas alagadas. De acordo com o ex-BBB e seu grupo, facções criminosas têm ameaçado o trabalho de socorristas e voluntários, prejudicando a retirada de pessoas de zonas atingidas.
O grupo de surfistas experientes, que conta com personalidades como Scooby e Lucas Chumbo, está presente no Rio Grande do Sul desde segunda (6). Eles comentaram alguns fatos que estão enfrentando em suas buscas por pessoas e animais ilhados na enchente. O grupo utiliza jet-skis para patrulhar as águas, mas seus esforços têm sido comprometidos por tentativas de assaltos e necessidade de escolta policial para realizar algumas das missões.
— O primeiro dia foi um grande problema. Falavam de assaltos em jet-skis. Não conseguíamos resgatar pessoas porque estavam sob domínio das facções. Isso não está sendo falado na mídia. Bairro que falavam: “Não vai para lá, que voltarão sem jet-ski”. Momentos que queríamos tirar as famílias. Tivemos de recorrer à polícia, bote da Polícia Federal, Civil — contou Scooby ao portal ge.globo.
Na tarde desta sexta (10), Scooby publicou em suas redes sociais uma foto ao lado de um policial após entrar com escolta em uma escola da Região Metropolitana para mais um resgate.
"Obrigado por todo apoio desde que chegamos aqui. A equipe dele (delegado Lacerda) nos deu apoio ao entrar em uma das escolas que estava tomada pela facção", escreveu.
Willyam Santana é outro surfista que veio com Scooby ao Rio Grande do Sul ajudar nos resgastes. Assim como o amigo, passou por apuros em uma operação em outra escola. Ao questionar se existiam vítimas a resgatar no local, se deparou com um homem armado.
— Perguntei se tinha gente para um cara. Tinha um bote vazio, com uma lona e sem motor. Vieram quatro, um em minha direção. Pensei: "Putz, deu merda". Levantou a lona e mostrou os facões. Olhei o (Felipe Cesarano) Gordo e falei “cara, vamos sair agora”. Disse que o Exército estava chegando. Por sorte, chegaram mesmo. Um sacou a arma e pude ver — revelou Will em entrevista ao portal ge.globo.
O governador Eduardo Leite anunciou, na terça (7), que teve a confirmação do recebimento de reforços da Força Nacional para a segurança no Rio Grande do Sul. Cem homens vieram ao Estado.
Além disso, já são mais de 14 mil militares das Forças Armadas deslocados para atuar nas enchentes que assolam o Estado. A atuação de segurança ainda conta com 6,5 mil PMs gaúchos e 188 policiais militares de outros Estados.
Até então, mais de 50 pessoas já foram presas desde o início das operações de socorro aos atingidos pelas enchentes.