Um narrador que não gritava gol, mas enchia cada bola na rede de emoção com sua voz. Silvio Luiz, que morreu nesta quinta-feira (16), aos 89 anos, esbanjava bordões durante as transmissões de jogos de futebol e cresceu no âmbito esportivo por diversas locuções icônicas, que entraram para a história da televisão.
Do "Olho no lance"” até o "Pelas barbas do profeta!", relembre os bordões mais famosos de Silvio Luiz:
Bordões famosos de Silvio Luiz
"Olho no lance!"
Jogada com potencial? Silvio Luiz chamava a atenção dos telespectadores para o momento de perigo dentro das quatro linhas. Muitas vezes, a sequência desta narração se transformava num gol.
— Olho no lance!
"Éééé, foi, foi, foi, foi,...!"
Para que gritar gol? Os telespectadores já sabem que a bola entrou. Silvio Luiz mostrava que era diferente. Quando a bola balançava, o icônico bordão "éééé" entoava nos microfones das transmissões. Seguido disso, poderia vir o "foi, foi, foi" ou somente um "é do" tal time. Não importava. Todo mundo sabia que um dos maiores narradores do futebol brasileiro estava passando o sentimento da partida naquele momento.
— Éééééé, foi, foi, foi, foi ele!
"Pelas barbas do profeta" e "Minha Nossa Senhora"
Silvio Luiz também se surpreendia quando algum atleta perdia um gol incrível, chutava a bola "na lua" ou cometia qualquer outra lambança. Nessas horas, ele soltava um:
— Pelas barbas do profeta!
Em um lance famoso na final do Brasileirão de 1992, entre Flamengo e Botafogo, Carlos Alberto Dias perdeu um gol incrível para o alvinegro em pleno Maracanã, e Silvio protagonizou os dois bordões na mesma frase.
— Minha nossa senhora! Pelas barbas do profeta, Eli Coimbra — chamou pelo comentarista, que estava na transmissão da partida.
"Pelo amor dos meus filhinhos"
Não existia apenas um bordão para quando algum jogador perdia um gol ou fazia uma jogada feita.
— Pelo amor dos meus filhinhos — dizia Silvio, quando algum lance esquisito acontecia.
"O que que eu vou dizer lá em casa?"
Outra frase icônica de Silvio Luiz para um gol perdido. Aliás, este tópico é um dos que deixou o narrador ainda mais famoso do que já era. Quando algum profissional deixava de concretizar uma chance clara, o narrador se consagrava com elocuções únicas.
Além dos bordões
Silvio Luiz sabia improvisar. Na final do Troféu Ramón de Carranza, em 1992, entre São Paulo x Real Madrid, um gato invadiu o campo e provocou o narrador a latir para espantar o bicho do campo de jogo.