O depoimento de Rai Duarte no Tribunal da Justiça Militar do RS foi adiado para 10 de junho. Antes previsto para esta quinta-feira (25), a audiência teve a data alterada pois a advogada de um dos réus, que está grávida, teve o parto antecipado. Ele e outros 11 torcedores do Brasil de Pelotas são vítimas no inquérito de tortura por policiais militares, em maio de 2022.
É a segunda vez que a presença de Rai Duarte no Tribunal da Justiça Militar é adiada. As audiências, que começaram a ser realizadas em abril, estavam previamente marcadas para julho do ano passado, porém foram adiadas em razão da anulação do recebimento da denúncia feita pelo Ministério Público.
No "Caso Rai Duarte", conforme a denúncia do MP-RS, os torcedores do Xavante foram torturados em uma sala do Estádio Passo D'Areia, em Porto Alegre, após serem detidos em 1º de maio de 2022. Onze deles, exceto Duarte, estavam envolvidos em uma briga com a torcida do São José, depois que as equipes se enfrentaram pelo Brasileirão Série C. Na sequência, eles foram levados ao Hospital de Pronto-Socorro e duas delegacias pelos PM's.
Foram 17 policiais militares denunciados pelo MP-RS por tortura contra os 12 torcedores do Brasil de Pelotas. Com lesões no abdômen, Rai Duarte ficou 116 dias internado no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, e foi submetido a 14 cirurgias. Ele recebeu alta no final de agosto do mesmo ano, porém ainda está em recuperação e afastado do trabalho após quase dois anos do ocorrido.
Em 10 de abril, dando início aos depoimentos na Justiça Militar, quatro vítimas e uma testemunha passaram pelas oitivas com a juíza Karina do Nascimento, da promotora do Ministério Público Janine Soares e dos advogados de acusação e defesa. Além disso, também fizeram reconhecimento facial dos policiais acusados. O processo foi repetido com outras quatro vítimas em 18 de abril.