De volta à presidência da CBF por decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Ednaldo Rodrigues tem como prioridade escolher um novo técnico para a seleção brasileira depois que o italiano Carlo Ancelotti decidiu renovar seu contrato com o Real Madrid. Um dos nomes que agrada o dirigente é Dorival Júnior, treinador do São Paulo.
Como contou Ednaldo à revista Veja, "resolver a questão do técnico e da comissão técnica definitiva da seleção principal" é uma das questões prementes ao reassumir o comando da CBF. A outra medida, essa até mais urgente ainda, é inscrever a seleção brasileira no Pré-Olímpico. O prazo se encerra nesta sexta-feira. O tempo curto foi determinante para o decano da Corte reconduzir o cartola ao cargo.
Ednaldo quer definir logo quem será a comissão técnica da seleção brasileira. No cargo interinamente, Fernando Diniz sairá no meio do ano e não existe o interesse do dirigente em efetivá-lo no cargo, principalmente porque o Brasileirão não será paralisado durante a disputa da Copa América. Assim, esse cenário de dupla função do técnico seria problemático para Diniz, seleção e Fluminense. Também pesam contra Diniz os resultados ruins à frente da equipe nacional, apenas a sexta colocada das Eliminatórias.
O Estadão apurou que ainda não houve, porém, convite a Dorival, que tem contrato com o clube paulista até o fim do ano. O treinador e o São Paulo não receberam proposta, nem há conversas por enquanto. Seu estafe evita comentar "especulações". Por ora, trata-se de um desejo de Ednaldo, que também precisa definir quem será o coordenador de seleções. O cargo está vago desde a saída de Juninho Paulista. Um outro ex-jogador, Filipe Luís, recém-aposentado, é um dos preferidos do dirigente.
O ex-lateral do Flamengo, que se aposentou dos gramados no ano passado, é amigo de Dorival, com quem trabalhou no time rubro-negro, e poderia ser coordenador ou um dos membros da comissão técnica. O interesse de Ednaldo em Dorival e Filipe Luís foi inicialmente divulgado pela Veja.
RETORNO
Ednaldo Rodrigues foi reconduzido à presidência da CBF por decisão de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), depois dos pareceres favoráveis da Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU) à suspensão da decisão judicial que havia afastado Ednaldo do cargo. Foi determinado o retorno imediato do cartola ao posto.
A decisão é provisória e vale até o STF decidir sobre a validade do acordo fechado entre a CBF e o Ministério Público do Rio para reformar o estatuto da confederação. O pacto havia sido anulado pelo Tribunal de Justiça do Rio, o que gerou o afastamento de Ednaldo Rodrigues.
O STF foi acionado pelo PCdoB, autor de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) para tentar obter medida cautelar contra uma decisão emitida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) no início de dezembro do ano passado. Tal decisão destituiu o presidente da CBF a partir do cancelamento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a entidade e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em março de 2022, antes das eleições que tiveram Ednaldo, até então interino, como vencedor.
Em sua decisão, Gilmar Mendes justificou que a deposição do dirigente poderia acarretar na seleção brasileira fora dos Jogos Olímpicos de Paris. O decano da Corte afirmou que o risco de prejuízo é "iminente". "Há, portanto, evidente perigo de dano na espécie", escreveu. O ministro argumentou ainda que a medida é reversível e negou que configure uma intervenção estatal indevida na CBF.
O presidente da CBF tinha sido substituído por José Perdiz, que assumira como "interventor" por determinação da Justiça do Rio. A Fifa, no entanto, não reconheceu o interino, o que poderia inviabilizar a inscrição da seleção na Olimpíada.