A principal skatista do Brasil na atualidade é Rayssa Leal, de 15 anos. Ao mesmo tempo em que ela disputa as melhores competições do mundo do skate, a "Fadinha" também tem provas da escola para estudar, além de outras atividades comuns para uma adolescente.
Rayssa se dedica há quatro anos ao esporte, tendo vencido diversos campeonatos, além de ter conquistado uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Tóquio, disputados em 2021. Neste final de semana, a sakatista vai disputar, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, a decisão da Liga Mundial de Skate Street (SLS).
Em busca do bicampeonato da competição que coroa a melhor da temporada, a jovem maranhense precisou finalizar as provas no colégio há uma semana para, daqui a dez dia, já estar em Tóquio — pela segunda vez em 2023 — na disputa do Mundial da modalidade. Até as Olimpíadas de 2024 serão pelo menos mais quatro eventos pré-olímpicos, além das fases da SLS.
— Só terapia para me ajudar nessas viagens todas. Estava falando com a minha mãe: querendo ou não, estou perdendo um pouco da minha adolescência lá em Imperatriz. Tô perdendo as festinhas com meus amigos, tô perdendo um pouco da escola. Tem que falar, pô. É abrir mão de algumas coisas para pensar no futuro. É muita viagem, muita escola, muita atividade, muita prova para fazer. É muito doido. Tenho que me virar em 30 quando estou em Imperatriz: fazer aula da escola, mais aula particular, mais prova, mais ficar com a família, sair com os amigos, tem que treinar. Mas quando a gente faz o que ama o tempo passa muito rápido — afirmou Rayssa em entrevista coletiva, em São Paulo, nesta quinta-feira (30).
Após Paris 2024, a jovem que dar um tempo para ela mesma. Porém, não para parar de andar de skate. Rayssa Leal quer um tempo para gravar a própria "vídeo part", ou seja, uma atividade de skate nas ruas, com amigos, arriscando novas manobras, sem pressão de notas nem adversários em competições, com tudo devidamente gravado para virar filme.
— Tem uma galera esperando minha "vídeo part", é verdade. É muito campeonato, campeonato. E na rua é uma experiência diferente. Fiquei alguns dias filmando agora, renderam algumas coisas, mas podia ter rendido mais. Mas tenho muitos campeonato, tem escola. Fiquei feliz, porque o que é difícil na pista, na rua é o dobro. Cansa mais rápido. Até uma manobra simples é uma coisa muito doida de pensar. Espero começar a filmar minha "vídeo part" de verdade depois das Olimpíadas, porque vou ter bastante tempo — disse.
Em 2023, Rayssa teve bom desempenho. Foram quatro etapas da SLS, quatro do circuito mundial da World Skate (que vale para o ranking olímpico), três STU (o circuito brasileiro), dois X-Games e os Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, no mês passado, onde ela foi campeã.