A palmeirense Gabriela Anelli, de 23 anos, morreu na manhã desta segunda-feira (10) após ser ferida durante uma briga entre torcedores do lado de fora da Arena do Palmeiras, no sábado (8), antes do jogo entre Palmeiras e Flamengo, pelo Brasileirão. A torcedora foi atingida no pescoço por estilhaços de uma garrafa, chegou a ser internada, mas não resistiu aos ferimentos. Ela é a oitava vítima de violência no futebol em 2023 envolvendo brigas entre torcedores.
Gabriela foi socorrida no posto de atendimento do estádio palmeirense. Ao ser constatada a gravidade dos ferimentos, ela foi encaminhada ao Hospital Santa Casa, onde ficou quase dois dias internada. A palmeirense teve duas paradas cardíacas, permaneceu em coma induzido e morreu na manhã desta segunda (10).
Rotina de violência
No início do ano, em março, uma briga generalizada entre torcedores de Vasco e Flamengo, antes de clássico válido pelo Campeonato Carioca, terminou com oito pessoas internadas, duas destas em estado grave. Bruno Macedo dos Santos foi levado ao Hospital Municipal Souza Aguiar, mas morreu no dia seguinte ao confronto; Eder Eliazar, vascaíno de 38 anos, morreu após duas semanas internado.
A briga aconteceu no bairro de São Cristóvão, próximo ao Maracanã. À época, a Polícia Militar do Rio informou que apreendeu junto a uniformizados de Flamengo e Vasco cerca de 50 pedaços de madeira, nove barras de ferro, cinco bombas caseiras, fogos de artifício, soco-inglês e artefato explosivo nos bairros do Maracanã e de Madureira. Disparos de arma de fogo foram registrados em dois momentos e em locais distintos.
Em Belém, em abril, outro confronto entre torcidas organizadas, antes da partida entre Remo e Corinthians, pela Copa do Brasil, terminou em uma morte. Rafael Merenciano, sócio e diretor da torcida organizada corintiana Pavilhão Nove, morreu após ser atingido por um rojão nos arredores do Estádio Mangueirão. Páginas relacionadas ao Corinthians afirmaram à época que o ataque foi realizado por uma organizada do Paysandu por causa de uma antiga rixa.
Além destas quatro mortes, outras três ocorreram neste ano, todas no futebol nordestino. Em março, Ítalo Silva de Lima, de 29 anos, foi morto a pauladas quando se dirigia à Arena Castelão para acompanhar a semifinal do Campeonato Cearense, em duelo entre Ceará e Iguatu. Ítalo era torcedor do time da casa. Dois homens foram presos e uma arma de fogo apreendida pela polícia.
Em maio, Pedro Lúcio dos Santos, conhecido como Peu, foi morto com golpes de barra de ferro no bairro do Trapiche, em Maceió, após jogo entre CSA e Confiança. Segundo a investigação da polícia civil, 12 pessoas estiveram envolvidas no assassinato.
No mesmo mês, Lucas Gabriel Rosendo, de 21 anos, torcedor do Santa Cruz, morreu antes do duelo da equipe e o Campinense, pela Série D do Brasileirão. Em entrevista à TV Guararapes, um de seus familiares informou que o jovem perdeu a vida quando se dirigia ao Estádio do Arruda em uma emboscada de torcedores do Sport. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SDS) informou em nota que não conseguiu identificar testemunhas ou agressores do caso.
Além destes sete casos, ainda houve outro que pode se somar ao número de mortes no futebol brasileiro. Em abril, o policial penal Marcelo de Lima foi acusado pelo Ministério Público de matar Thiago da Motta, torcedor do Fluminense, após a partida de ida da final do Campeonato Carioca. Segundo a denúncia, o crime aconteceu por motivação política. Outra vítima foi baleada, mas sobreviveu.