Em noite pouco inspirada por parte dos veteranos, o Flamengo contou com seus garotos para vencer o Racing por 2 a 1, nesta quinta-feira (8), no Maracanã, e se aproximar da vaga nas oitavas de final da Copa Libertadores. Wesley e Victor Hugo, ambos de apenas 19 anos, foram os autores dos gols do time brasileiro, que derrubou um dos últimos cinco invictos desta fase de grupos da competição sul-americana.
O triunfo aumentou a série de invencibilidade do Flamengo, agora com nove jogos, por diferentes competições, e deixou os brasileiros mais perto do mata-mata. O time carioca chegou aos oito pontos e está na segunda colocação do Grupo A, justamente atrás do Racing, dono de 10 pontos.
Nesta quinta, o técnico Jorge Sampaoli mandou o Flamengo a campo com mudanças em relação ao clássico com o Vasco. Ele escalou Everton Ribeiro, no lugar de Matheus França, e Gerson, embora a dupla tenha ficado fora dos treinos ao longo da semana. Léo Pereira, por sua vez, não constou nem no banco de reservas. Gabriel Barbosa, o Gabigol, se recupera de problema físico.
Com esta formação, o time carioca demorou a engrenar diante do Racing. O time argentino era sólido na parte tática, com forte disciplina na defesa e firme na marcação. A tática funcionou bem ao longo dos primeiros 30 minutos de jogo. O Racing conseguiu manter a bola no meio-campo, sem sofrer sustos na zaga.
Anulado pelo rival argentino, o Flamengo não encontrava caminhos para o ataque. E precisou de uma ajuda do próprio Racing para abrir o placar. Uma falha estranha em cobrança de escanteio do time de Avellaneda permitiu o contra-ataque liderado por Everton Ribeiro. Ele acionou Arrascaeta, que tabelou com Gerson, responsável pela assistência do gol marcado por Wesley, aos 36 minutos.
Foi o primeiro gol do lateral-direito de 19 anos com a camisa do Flamengo. O feito de Wesley fez o Flamengo igualar recorde do América, do México. O time carioca chegou aos mesmos 25 jogos seguidos marcando gols na Libertadores. A sequência teve início nas oitavas de final da Libertadores de 2021 - o rubro-negro é o atual campeão.
Dominante na reta final do primeiro tempo, o Flamengo parecia ter tudo para deslanchar no segundo tempo. Mas o Racing acabou com as expectativas do torcedor logo aos quatro minutos, quando Matías Rojas recebeu livre pela direita e acertou belo chute colocado, no ângulo: 1 a 1.
Sampaoli, então, resolveu mudar o time. Colocou Everton Cebolinha e Victor Hugo no meio-campo, sacando Thiago Maia e Arrascaeta. As opções deram certo e o time carioca voltou a dominar o setor. As investidas no ataque, contudo, seguiram poucas, principalmente em razão da forte marcação focada nos jogadores mais experientes do Flamengo.
Mas os mais jovens continuavam com certo espaço em campo. E foi assim que a equipe brasileira chegou ao gol da vitória, contando ainda com um pouco de sorte. Aos 38, uma jogada despretensiosa na embolada intermediária do Racing culminou num passe sem querer e decisivo de Erick Pulgar, culminando em finalização de Victor Hugo.
O garoto de 19 anos, que entrara em campo há pouco tempo, bateu rasteiro da entrada da área e mandou rente ao pé da trave, levantando as arquibancadas do Maracanã. Nos instantes finais, o Racing pressionou e até criou boas oportunidades de gol, porém a defesa rubro-negra se segurou até o apito final.
FICHA TÉCNICA:
FLAMENGO 2 X 1 RACING
FLAMENGO - Matheus Cunha; Wesley, Fabrício Bruno, David Luiz e Ayrton Lucas (Filipe Luís); Erick Pulgar, Thiago Maia (Victor Hugo), Gerson (Vidal), Arrascaeta (Everton Cebolinha); Everton Ribeiro (Matheus França) e Pedro. Técnico: Jorge Sampaoli.
RACING - Arias; Mura, Sigali (Jonathan Galván), Piovi e Gabriel Rojas; Gómez, Moreno, Oroz (Avilés), Matías Rojas (Maxi Moralez); Reniero (Baltasar Rodríguez) e Hauche (Paolo Guerrero). Técnico: Fernando Gago.
GOLS - Wesley, aos 36 minutos do primeiro tempo. Matías Rojas, aos 4, e Victor Hugo, aos 38 minutos do segundo tempo.
CARTÃO AMARELO - Moreno.
ÁRBITRO - Gustavo Tejera (URU).
RENDA - R$ 3.031.338,50.
PÚBLICO - 58.867 pagantes (63.963 no total).
LOCAL - Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).