I-gah Ishvi-on-tek. É assim que se pronuncia o nome de Iga Świątek, adversária de Bia Haddad Maia em uma das semifinais de Roland Garros. Esse chiado de Świątek será muito ouvido nos próximos anos. A tenista número 1 do mundo entra como favorita diante da brasileira nesta quinta-feira (8) — o jogo deve começar por volta das 11h30min.
Após a vitória na semifinal, Bia disse não ser uma atleta “rompedora” e fenômeno. É tudo o que a polonesa é. Aos 27 anos, a paulista chega pela primeira vez à semifinal de um dos quatro grandes torneios do tênis. Świątek, de 22 anos, tem três títulos de Grand Slam e faz parte de um seleto grupo de campeãs ainda na adolescência.
Seu crescimento é como um foguete que rompe com naturalidade as camadas da atmosfera. Do primeiro para o segundo ano como profissional, saltou 254 posições. No terceiro, mais 421 postos avançados. Aos 18 anos, estava entre as 100 melhores da modalidade. Precisou completar 19 anos para vencer seu primeiro Slam na mesma quadra central que pisará nesta quinta para enfrentar Bia.
No ano passado, voltou a vencer Roland Garros e também amealhou o troféu do US Open. Świątek fechou a temporada passada como a segunda maior pontuação da história do ranking, atrás apenas do desempenho de Serena Williams em 2013, o serve de cartão de visitas da dimensão de onde ela pode se situar na história do tênis.
Há mais de ano o ranking da WTA é liderado ininterruptamente por ela. No período, alcançou uma sequências de 37 partidas de invencibilidade. Teve quase tantos títulos quanto derrotas em 2022, conquistando oito torneios e perdeu apenas nove vezes. Uma delas para Bia, uma exaustiva luta de três horas em Toronto, em agosto.
A campanha este ano em Roland Garros mostra sua superioridade no circuito. Só não venceu suas cinco partidas por 2 sets a 0 porque na quarta rodada a ucraniana Lesia Tsurenko abandonou, por lesão, no primeiro set da partida.
Filha de um remador integrante da equipe polonesa de remo nos Jogos Olímpicos de 1988 e de uma dentista, a polonesa viu seu pai encaminhar a vida dela e da irmã para esportes individuais. Mais velha, a irmã largou a natação pelo tênis.
A vontade da caçula em vencer a primogênita foi seu impulso inicial para quebrar barreiras com uma raquete na mão. Tudo isso nascida na pequena Raszyn de 7 mil habitantes. Foi ali que se percebeu que o chiado na pronúncia de Ishvi-on-tek será ouvido por muito tempo nas quadras de tênis.