O vencedor da etapa de Atlântida do Dream Tour, o campeonato brasileiro de surfe, tem sobrenome com história na modalidade. Filho do lendário Fábio Gouveia, campeão mundial amador em 1988, Ian Gouveia levou a melhor contra Weslley Dantas na decisão da primeira etapa do circuito nacional. Junto com o título, ele embolsou uma premiação de R$ 40 mil e mais 10 mil pontos no ranking. O pernambucano, que compete por Santa Catarina, fez 14,1 pontos contra 13,8 do paulista na decisão.
Ian, mais cedo, havia vencido Marcos Correa nas quartas de final e depois superou José Francisco, o Fininho, nas semi. Já Weslley venceu Douglas Silva, primeiro, e Edgard Groggia na bateria mais eletrizante do campeonato, quando virou o placar na última onda da bateria.
Em uma final que reuniu dois dos melhores surfistas do campeonato, Ian começou a bateria mais ativo, surfando as primeiras ondas. Com um vento maior entrando na praia de Atlântida, tanto o campeão quanto Weslley não deixavam nenhuma ondulação passar. Com as primeiras notas saindo, o paulista virou a bateria, mas já na segunda parte da disputa, Ian retomou a ponta e manteve a vitória até o final.
— Estou muito feliz em ter vencido a primeira etapa da história do Dream Tour. Com certeza, vão ser anos gloriosos para o surfe brasileiro. Espero poder ter outros bons resultados. O título aqui vai me dar um gás importante para o restante do ano. O mar tinha bastante quantidade de ondas. Procurei me conectar ao máximo e aproveitar as ondas que eu tive — avaliou Gouveia
As competições começaram cedo no litoral. Antes mesmo das 7h, as surfistas já estavam nas areias ao lado da plataforma de Atlântida. Ao contrário de sábado, quando o sol ficou tímido, o dia foi agraciado com um tempo ensolarado. Apesar do vento, já tradicional nas praias do Rio Grande do Sul, o público compareceu em maior peso. A cada saída do mar das surfistas, os espectadores aproveitavam para tirarem fotos e tietarem as estrelas do campeonato.
Sobrenome com história, mas irregular na elite
Nascido em uma família acostumada a dropar nos melhores picos do mundo, Ian praticamente "nasceu" sobre uma prancha. O pernambucano criado em Florianópolis (SC) cresceu em meio a viagens e competições do pai. Aos 24 anos, quando já despontava no World Qualifying Series, Ian finalmente conseguiu chegar à elite do surfe mundial, competindo ao lado de grandes nomes da modalidade, como Gabriel Medina e John John Florence, ambos campeões mundiais.
Em sua primeira temporada na WSL só conseguiu avançar em duas oportunidades, quando chegou à semifinal em Pipeline, no Havaí, justamente para Florence, dono da casa, que acabaria com o título naquele ano, e quando parou no round 4 em Fiji. Ele terminou a temporada em 23º lugar.