Augusto Akio surpreendeu o mundo no último campeonato de skate park quando ficou com o vice-campeonato mundial, superando, inclusive, Pedro Barros, skatista que já escreveu se nome na história do esporte. Aos 22 anos, o garoto natural de Curitiba faz parte da nova (nem tão nova assim) geração de skatistas do país.
Vencedor da etapa de Criciúma do STU National, o curitibano estará presente na disputa da etapa de Porto Alegre do campeonato brasileiro de skate. O "Japinha", como é conhecido, conversou com os veículos do Grupo RBS e projetou a disputa da vaga olímpica, principal competição do ano que vem. Confira:
Augusto, tu é vice-campeão mundial, entrou em um outro patamar de skatistas brasileiros. Como está essa nova fase, principalmente com mais assédio e sendo uma esperança de medalha caso vá para Paris?
Primeiro, obrigado pelo reconhecimento e pelo voto de confiança por dizer que eu sou uma esperança para medalhar. É um conflito grande interno no sentido que eu alcancei uma posição renomada, no entanto continuo sendo o mesmo skatista de sempre. Espero que a cada tempo que vá passando a gente vá evoluindo, mas a essência não deixa de ser a mesma.
Veio um outro mundo para vocês, de mídia, Olimpíada. Como tem sido isso para ti?
Acredito que tudo a gente pode levar como aprendizado e essa oportunidade do skatista ser ouvido é muito interessante. A gente tem o que falar. Muito skatista viveu muita coisa, todo mundo deve ter uma coisa interessante para dizer.
O que tu tens para transmitir para a galera?
Gostaria de passar de mensagem respeito, humildade, dizer que é muito importante valorizar não só a si mesmo, mas o outro. Pensar no coletivo. Cada vez mais melhorar a situação socioeconômica e ambiental também para que todos, não só praticantes de skate, evoluam. Para que todos tenham uma qualidade de vida melhor, para ter as mesmas oportunidades que nós tivemos.
Além de skatista, tu também é malabarista. O que tu trazes do malabares para o skate? O que isso te ajuda?
Sabe que eu não sei te dizer. Acredito que o malabares é mais antigo que o skate. Eu fico até tímido, no sentido, de que eu prefiro não argumentar porque meu conhecimento sobre o malabares não chega aos pés do que eu conheço do skate. É uma coisa que eu encontrei um prazer para me ajudar a conectar com o espaço, com as pessoas.
Participar de uma Olímpiada é o teu maior sonho no skate?
Eu comecei a andar de skate e ele nem fazia parte dos Jogos. Com certeza, depois que surgiu essa parada de sonho olímpico, existiu uma grande vontade de estar lá, fazer parte disso tudo. Acredito que já estou reconhecido por essa caminhada de todos os anos. Acho que estou vivendo o sonho e quero continuar vivendo, inclusive.
Como foi o Mundial nos Emirados? Teve pódio, tiveram coisas novas para ti...
Foi emocionante demais. Ter ido para tão longe, em um lugar diferente e conseguir enxergar as semelhanças, muitos contrastes, mas também uma sintonia. Sou grato por todas as amizades que construí lá. É uma sensação muito intensa.
Falando em amizade, em Curitiba, tu és próximo do Luigi Cini, do Gui Khury, como é andar ao lado de amigos?
É bom, melhor ainda. Muito maneiro de competir em um campeonato e todo mundo estar olhando, presentes no sentido emocional. Estar com os amigos só torna isso melhor.
Como é andar com ídolos, como o Pedro Barros, medalhista mundial e olímpico, o Sandro Dias, que veio do vert assim como tu?
É uma honra. No sentido que tenho o máximo respeito por tudo que já foi feito. Procurar fazer coisas boas.
O que o skate pode acrescentar para um evento tão antigo como as Olimpíadas são?
Trazer um público jovem é muito importante pois as novas gerações são os adultos ali na frente. Interessante agregar novos estilos, novas formas de se expressar. O esporte contribui para a conexão de pessoas que compartilham tarefas se encontrarem. Esporte é importante para isso, só agrega no sentido cultural.