O sonho do PSG em conquistar a Europa foi adiado mais uma vez. E novamente nas oitavas de final. O time sentiu falta do brasileiro Neymar nesta quarta-feira (8), viu seu ataque pouco produzir na Alemanha e deu adeus à Liga dos Campeões com outro revés diante do Bayern, por 2 a 0, desta vez em Munique. Ano passado, na mesma fase, caiu diante do futuro campeão Real Madrid.
Choupo-Moting e Gnabry, ambos na segunda etapa, anotaram os gols do triunfo dos bávaros. Coman havia definido a vitória por 1 a 0 no Parque dos Príncipes, dia 14 de fevereiro. Desde o tropeço naquele jogo de ida, foram três aparições do PSG e 11 gols marcados, retrospecto que reanimava a equipe francesa a buscar uma reviravolta na série. Todos diziam que o time buscaria se sobressair após perder Neymar, com lesão grave no tornozelo.
Mas a boa marcação dos alemães, a falta do habilidoso brasileiro, e a apresentação abaixo do esperado dos astros Messi e Mbappé acabaram decisivas para os donos da casa em uma Allianz Arena com 75 mil vozes empurrando o Bayern.
Julian Nagelsmann afirmou antes de a bola rolar que seria um grande risco ficar somente na defesa apoiado na vantagem de 1 a 0 conquistada no Parque dos Príncipes. O técnico do Bayern prometia uma equipe ofensiva e assim foram os minutos iniciais.
Diante de um PSG um pouco menos ofensivo por causa da lesão de tornozelo de Neymar — vai passar por cirurgia e só volta na próxima temporada —, os primeiros minutos forem de um time rondando a área francesa. Mas sem conseguiu espaços para finalizar. O principal lance de perigo dos bávaros veio somente com 31 minutos, com Donnarumma salvando em finalização de Musiala.
Naquele momento o PSG já havia equilibrado o confronto e chegado nem com suas estrelas. Mbappé bateu na rede pelo lado de fora e Messi tentou duas vezes após cruzamento de Nuno Mendes. Parou em cima dos marcadores, que se atiraram na bola para evitar o gol.
A chance de ouro dos visitantes veio aos 37 minutos. O goleiro Sommer saiu jogando errado e Vitinha teve a chance de abrir o placar na Allianz Arena. O zagueiro De Ligt cortou a batida sem força em cima da linha e a igualdade prevaleceu até o intervalo, mesmo com os franceses melhores em campo.
Com problemas físicos em Mukiele, substituto de Marquinhos, Christophe Galtier foi obrigado a abrir mão do esquema com três zagueiros. Mais aberto, o PSG começou passar aperto. Aos 6, Choupo-Moting abriu o placar, de cabeça, mas a arbitragem acusou impedimento de Müller que teria resvalado na bola no lance.
O clima começou a esquentar, com chegadas mais bruscas. Messi e Goretzka não se entendiam, e uma entrada mais forte de Choupo-Moting em Nuno Mendes, sem querer, fez os técnicos baterem boca. A torcida inflamou apoiando ainda mais o Bayern, que era senhor do jogo na etapa decisiva.
Com postura mais atrevida, jogando no campo defensivo do PSG, os bávaros amadureciam seu gol. Goretzka errou a cabeçada, mas logo depois, após roubada de bola de Müller, serviu Choupo-Moting, que recebeu livre e mandou às redes: 1 a 0. Foi o 17° gol do artilheiro, substituto do lesionado Sadio Mané, na temporada.
Com dois gols de desvantagem, o PSG se lançou todo ao ataque. Sommer fez milagre em cabeçada de Sérgio Ramos. Aberto, o time tentava a todo custo o empata, mas dava os contragolpes ao ligeiro e leve ataque alemão. O tempo ainda era um rival a mais.
A bonita e grande festa foi mesmo alemã, contemplada com novo gol, de Gnabry, em contragolpe mortal aos 44 minutos. Mané ainda fez o terceiro, mas estava impedido. Mais uma vez o PSG se despede de maneira precoce e decepcionante por tamanho investimento e expectativa criadas.
Milan também segue vivo
Depois de nove anos amargando decepções na Europa e sem chegar às oitavas de final da Liga dos Campeões, o Milan não apenas quebrou o jejum como se garantiu entre os oito melhores, posição na qual não chegava desde 2012. A equipe italiana, segunda maior vencedora da competição, com sete taças, visitou o Tottenham e segurou o 0 a 0, avançando às quartas graças ao 1 a 0 no San Siro.
O jogo foi duro até os 31 minutos do segundo tempo, quando o Tottenham perdeu Cristian Romero, expulso. Mesmo um a menos, os ingleses ainda tiveram forças para quase anotar nos acréscimos. Porro cabeceou e Maignan fez milagre. No contra-ataque, Origi carimbou a trave.
Em minoria no estádio, a torcida italiana cantou alto nos minutos finais em Londres Campeão em 2007, o Milan volta às quartas após 11 anos para vibração gigante do técnico Stefano Pioli e dos jogadores.