O maior jogador da história foi homenageado no evento que premia o melhor jogador da atualidade. Pelé foi lembrado pela Fifa na cerimônia do prêmio The Best desta segunda-feira (27). A viúva Márcia Aoki, além de Kely Cristina e Flávia Arantes do Nascimento, duas filhas do Rei, morto em 29 de dezembro do ano passado, aos 82 anos, foram convidadas e acompanharam os tributos durante o evento em Paris.
A cerimônia foi aberta com um discurso do presidente da Fifa, Gianni Infantino, em homenagem a Pelé. O telão mostrou imagens históricas do Atleta do Século, sobretudo gols em Copas do Mundo, com a voz do Rei ao fundo, fazendo comentários sobre a sua extraordinária carreira.
— Das quatro Copas que joguei, a de 1970 foi a que eu considero a melhor — foram algumas das palavras de Pelé que a organização escolheu exibir.
— Eu dei tudo da minha vida ao futebol brasileiro e à seleção — disse o Rei quando se aposentou, em 1º de outubro de 1977.
Ronaldo foi chamado ao palco para falar sobre o maior jogador da história.
— Quando ele jogava, o mundo era ainda mais racista que hoje. Ele mostrou que o negro pode ser melhor, mais bem-sucedido e pôde vencer o racismo. Essa luta não acabou, mas peço que todos se inspirem no exemplo do Rei Pelé — afirmou Ronaldo, citando a luta antirracista do Rei e seu impacto também fora dos gramados.
— Esse legado será eterno — acrescentou.
Márcia Aoki subiu ao palco para receber de Ronaldo um troféu da Fifa em tributo ao Rei do futebol.
— Tenho poucas palavras para dizer: "Deus nos deus Edson, Edson nos deu Pelé, e o mundo tão bem recebeu ambos — discursou a viúva do Rei.
Jairzinho, campeão mundial em 1970 e que tanto conviveu com Pelé, também foi ouvido sobre as memórias que tem do Rei.
— Agradeço a oportunidade de ter jogado uma Copa com ele. Ele fazia tudo com muita naturalidade e inteligência. O Pelé era o espelho de todas as condições que um atleta tem que desenvolver — comentou.
O tributo durou cerca de 15 minutos e foi encerrado com Seu Jorge, que cantou e tocou seu violão sentado no palco enquanto imagens de Pelé em preto e branco eram exibidas ao fundo, e a viúva do Rei chorava sentada na plateia.
Pelé nunca ganhou o prêmio da Fifa porque a escolha só premiava jogadores europeus e atletas que atuavam na Europa. Como Pelé teve sua carreira construída no Santos e depois no Cosmos, dos EUA, o melhor jogador de todos os tempos nunca recebeu a premiação enquanto jogava.
A revista France Football, que seguia os mesmos critérios, reviu sua decisão após mudanças nas regras da eleição e, em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, a segunda na história do País, deu a Pelé o título de Bola de Ouro nas edições retroativas de 1958, 59, 60, 61, 1963, 65 e 1970, quando ele conduziu a seleção brasileira na conquista do tricampeonato mundial. Fora sete prêmios. Somente Messi tem o mesmo número de conquistas.