A seleção brasileira sub-20 estará no Mundial da Indonésia, agendado para o mês de maio. A vaga veio por antecedência, após a terceira vitória seguida no hexagonal final do Campeonato Sul-Americano. Líder com nove pontos, a equipe de Ramon Menezes manteve os 100% de aproveitamento na fase final ao aguentar enorme pressão e superar o Paraguai, por 2 a 0, em Cali. Em segundo, os uruguaios têm a mesma pontuação brasileira e também se classificaram.
Acostumado a ver o artilheiro Vitor Roque fazer a festa ou o volante Andrey surpreender, desta vez o Brasil abriu o placar com Giovane, do Corinthians, e pôde celebrar os três pontos graças a noite inspirada de Mycael, que brilhou com grandes defesas em uma partida de enorme pressão dos paraguaios, sobretudo na etapa final. Atrás do placar, o time de Bobadilla atuou os últimos 45 minutos todos no campo ofensivo e merecia melhor sorte, carimbando a trave e parando em ao menos três defesas difíceis do goleiro brasileiro.
Em seu primeiro ataque na fase final, já com 35 minutos, Ronald, volante do Grêmio, ampliou de cabeça para garantir o alívio brasileiro em seu jogo mais complicado até então no Sul-Americano. Mycael, pelo brilho entre as traves, ainda recebeu o prêmio de melhor em campo.
Primeiro tempo
Como vem sendo praxe neste hexagonal final, o Brasil entrou em campo necessitando ganhar para retomar a liderança após presenciar um triunfo do Uruguai na preliminar. Desta vez, o principal rival ao título não apenas ganhou, como fez saldo ao golear a Venezuela por 4 a 1.
Depois de passar aperto para superar o Paraguai na última rodada da fase de grupos, por 2 a 1, de virada, os brasileiros não queriam repetir tal sofrimento no reencontro e adotaram postura ofensiva. Desta vez a escalação era a titular, o que aumentava a confiança no técnico Ramon Menezes em ganhar a terceira seguida pela manutenção da liderança.
E o gol surgiu logo no primeiro ataque. Aos nove minutos, Patrick cruzou da esquerda, os marcadores focaram em tentar neutralizar o artilheiro Vitor Roque e a bola chegou na cabeça de Giovane que abriu o marcador e festejou bastante o gol tão buscado no Sul-Americano.
Abrir o placar cedo era uma das metas para obrigar os paraguaios a abrirem mão do esquema defensivo. Bastava, contudo, acertar os contragolpes. Os brasileiros estavam apostando na ligação direta e devolvendo a bola aos oponentes.
Giovane sentiu uma lesão no tornozelo e saiu com somente 25 minutos. Stênio ganhou nova chance para provar que pode retomar a vaga de titular. Mas quem assustou foi Guilherme Biro, carimbando a trave em batida cruzada. Querendo abrir saldo por ter pela frente a Colômbia e a torcida contra na quinta-feira, o Brasil era quem mais levava perigo. E apanhava bastante.
O Paraguai demorou 37 minutos para ter uma grande chance. Andrey perdeu na saída e Mycael precisou de reflexo para defender a bola desviada e depois dar um leve toque para escanteio. O goleiro voltou a trabalhar bem dois minutos mais tarde em novo lance criado após falha brasileira e bola entregue de graça. Além de não "matar o jogo", o Brasil ainda fez os rivais crescerem ao darem a bola de graça.
Etapa final
O começo da segunda etapa foi de enorme sufoco, com novo milagre de Mycael e bola na trave em menos de quatro minutos. A seleção já não conseguia se impor e via os paraguaios acumularem chances desperdiçadas. A vantagem verde e amarela já não era merecida, tamanho o sufoco recebido.
Quando o empate já era questão de tempo, porém, o Brasil definiu. Em rara chegada na frente, finalizou pela primeira vez no segundo tempo já com 35 minutos. Andrey parou no goleiro. Na cobrança do escanteio, um castigo aos paraguaios, com Ronald ampliando, de cabeça, garantindo a vitória, a liderança no saldo de gols (7 a 5), a festa e o retorno ao Mundial, ao qual não disputa desde 2015.