O Brasil conquistou, nesta terça-feira (1º), seu melhor resultado na história da disputa por equipes feminina do Campeonato Mundial de Ginástica Artística. Em Liverpool, na Inglaterra, a seleção brasileira terminou em quarto lugar. Este é o melhor resultado da história, superando a quinta posição da edição de 2007, disputada em Stuttgart, na Alemanha.
As brasileiras estiveram muito perto do pódio e só foram superadas pelo Canadá, após a apresentação da última ginasta canadense na trave. O resultado poderia até ter sido melhor, mas um problema de última hora acabou pesando no desempenho do Brasil. Flávia Saraiva sentiu dores no tornozelo direito, o mesmo que ela operou em agosto do ano passado, e acabou se apresentando em apenas um dos quatro aparelhos, as paralelas assimétricas. Carolyne Pedro, no solo e trave, e Lorrane de Oliveira, no salto, foram as substitutas.
Na primeira rotação, quando Lorrane, Flávia e Rebeca Andrade se apresentaram nas assimétricas, a equipe brasileira ficou em terceiro, com um total de 41.199 pontos. Estados Unidos (43.133 no salto) e Grã-Bretanha (42.699 no salto) ficaram à frente.
O segundo aparelho em que as brasileiras se apresentaram foi a trave. Júlia Soares, Rebeca e Carolyne Pedro marcaram 37.322 e a seleção caiu para a sétima posição com 78.831. As americanas e as britânicas, que nesta fase se apresentaram nas paralelas assimétricas, seguiram na dianteira, com 85.8332 e 83.232, respectivamente.
Se os Estados Unidos e a Grã-Bretanha seguiram dominando na terceira rotação, após passarem pela trave, o Brasil subiu para o sexto lugar com os 39.365 obtidos por Júlia Soares, Rebeca Andrade e Carolyne Pedro, totalizando 118.196 e ficando a 2.936 do Japão, o terceiro colocado.
A última rodada foi no salto. Carolyne Pedro abriu com 13.166, seguida por Lorrane Oliveira com 13.133 e Rebeca Andrade, que marcou 15.166. Elas catapultaram o Brasil para a briga por medalhas novamente. E o pódio só não veio depois que a canadense Ellie Black obteve 13.833, superando a equipe verde e amarela.
— Foi muito importante sentir a competição e ver nosso potencial. Foi um resultado histórico. Estamos orgulhosas. Tivemos quedas, que fazem parte do esporte, mas estamos felizes com o desempenho — disse Rebeca Andrade, que agora vai buscar medalhas no individual geral, paralelas assimétricas, trave e solo.
Os Estados Unidos confirmaram o favoritismo e, com 166.564, o time formado por Skye Blakely, Jade Carey, Jordan Chiles, Shilese Jones, Leanne Wong e a reserva Lexi Zeiss faturou o sexto título seguido, o oitavo na história da competição.
A medalha de prata ficou com as britânicas Ondine Achampong, Georgia-Mae Fenton, Jennifer Gadirova, Jessica Gadirova, Alice Kinsella e a reserva Poppy-GraceStickler que somaram 163.363, superando o bronze conquistado em 2015 que era até hoje o melhor resultado da Grã-Bretanha em Mundiais.
O Canadá obteve um resultado inédito e ficou com sua primeira medalha por equipes no evento. Ellie Black, Laurie Denommée, Danelle Pedrick, Emma Spence, Sydney Turner e a reserva Shallon Olsen marcaram 160.563, uma diferença de 0.902 para o Brasil.
Estados Unidos, Grã-Bretanha e Canadá ficaram com as três vagas em disputa para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024. Outras nove vagas ainda estão em aberto e serão preenchidas no Campeonato Mundial de 2023, em Antuérpia, na Bélgica.
Confira os resultados do Brasil em cada aparelho:
Paralelas Assimétricas:
- Lorrane Oliveira - 13.200
- Flávia Saraiva - 13.66
- Rebeca Andrade - 14.633
Trave:
- Júlia Soares - 12.533
- Rebeca Andrade - 12.833
- Carolyne Pedro - 11.966
Solo:
- Júlia Soares - 12.833
- Rebeca Andrade - 14.066
- Carolyne Pedro - 12.466
Salto:
- Carolyne Pedro - 13.166
- Lorrane Oliveira - 13.133
- Rebeca Andrade - 15.166
Classificação geral por equipes:
- Ouro - Estados Unidos - 166.564
- Prata - Grã-Bretanha - 163.363
- Bronze - Canadá - 160.563
- 4º - Brasil - 159.661
- 5° - Itália - 159.463
- 6° - China - 157.529
- 7° - Japão - 156.964
- 8° - França - 158.863