A morte de Armindo Antônio Ranzolin nesta quarta (17), aos 84 anos, por complicações do Alzheimer, gerou comoção no Estado. O apresentador Antônio Carlos Macedo, que comanda o Gaúcha Hoje e o Chamada Geral — Primeira Edição, na Gaúcha, atualmente, falou sobre a relação com Ranzolin, que foi narrador e diretor da emissora nas décadas de 1980 e 1990.
— Era para ele estar vivendo, sendo homenageado e o coitado, em função dessa doença que o tirou de combate por tanto tempo, não pôde vivenciar isso. Ele foi o maior homem de rádio dos últimos 50 anos do Rio Grande do Sul. Foi diretor da Rádio Gaúcha, ajudou muito na estruturação — destaca Macedo.
Mas, além do profissional reconhecido, havia uma grande personalidade humana. Macedo recorda uma história que dá ideia do tamanho da pessoa que era Armindo Antônio Ranzolin:
— Era uma figura humana incrível. Foi um grande chefe também. Na época em que ele era diretor, tinha um colega que estava ultrapassado e se cogitou a demissão dele, mas o Ranzolin disse que não iria demiti-lo, porque era uma questão social. O Ranzolin tinha uma condição humana incrível. Não quis deixar uma figura querida, chefe de família, sem emprego.
Como narrador, Ranzolin marcou época. Entre as principais transmissões estão o tetracampeonato da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, em 1994, e o bi da Libertadores pelo Grêmio, em 1995. A aposentadoria da narração, inclusive, ocorreu naquele ano, na final do Mundial de Clubes entre Grêmio e Ajax.
— Ele nunca se despediu oficialmente. Tínhamos um Gre-Nal em março de 1996 e na escala estava o nome dele. Na sexta-feira antes do jogo, ele chegou devagarzinho, riscou o nome dele da escala e colocou Pedro Ernesto. Ele disse que estava na hora de fazer essa transição. E foi assim. Lembro como se fosse hoje, ele riscando o nome dele e anunciando que o titular da rádio seria o Pedro Ernesto Denardin — conta Antônio Carlos Macedo.
Mas Ranzolin não deixou a Gaúcha naquele momento. Seguiu, até 2006, no jornalismo, no comando do programa Atualidade. Em dezembro, quando anunciou publicamente a saída da rádio, foi aplaudido no ar pelos colegas. Pouco tempo depois, veio diagnóstico de Alzheimer.
— A gente fica triste, mas ele descansou. Não merecia estar com tanta distância desse mundo com que ele trabalhou tanto — disse Macedo.
Ranzolin deixa a mulher, Yara, os filhos Cristina e Ricardo e os netos Henrique, Manoela e Antônia. O velório será aberto ao público, na quinta-feira (18), a partir das 8h, no Crematório Metropolitano, em Porto Alegre.