A partir desta sexta-feira (8), três cidades colombianas sediam a nona edição da Copa América Feminina. Cali, Bucaramanga e Armênia serão as responsáveis por receberem os dois grupos de cinco países que irão em busca de vagas para a Copa do Mundo Feminina, que será realizada na Austrália e na Nova Zelândia, e lugares nas Olimpíadas de Paris, em 2024.
A Conmebol dividiu os 10 participantes em dois grupos de cinco países (cada seleção joga quatro partidas e folga em uma das rodadas). O Brasil é cabeça de chave no Grupo B, ao lado de Peru, Venezuela, Argentina e Uruguai. No Grupo A, está a anfitriã Colômbia, além de Chile, Equador, Paraguai e Bolívia.
Das oito edições já disputadas — as duas primeiras no Brasil, inclusive —, a Seleção Brasileira venceu em sete oportunidades. A única vez que não conseguiu levantar a taça foi em 2006, quando ficou atrás da Argentina no quadrangular final.
Para a competição deste ano, chega em um momento de reformulação e também com a técnica Pia Sundhage sofrendo críticas pelo pouco futebol apresentado nas últimas partidas. Em 2022, as meninas do Brasil entraram em campo nove vezes, com duas vitórias (as duas contra a Hungria), quatro empates e três derrotas. Duas vezes campeã olímpica feminina (2008 e 2012), a treinadora sueca não conseguiu encontrar os melhores nomes ainda na equipe.
A técnica também chega para a competição sem três das maiores jogadoras da história do futebol brasileiro feminino. Formiga se aposentou recentemente, Marta se recupera de uma lesão no joelho e Cristiane, por opção de Pia, ficou fora da lista. Das 23 convocadas, 18 são estreantes em Copa América, mostrando a renovação que a equipe vem passando. As mais experientes e que devem assumir a condição de protagonismo na competição são Debinha, Bia Zaneratto, Tamires e a zagueira Rafaelle, presenças assíduas na Seleção.
— Se você olhar para as estrelas nos bons velhos tempos Formiga, Marta, Cristiane. Para mim, foi um prazer estar perto delas. Infelizmente, Marta, agora, está lesionada, mas isso dá ao time a chance de fazer algo diferente. Você não pode confiar em uma jogadora, isso nunca vai acontecer, mas precisamos de algumas líderes para dar o passo e acho que são líderes em potencial e acho que também é importante que a equipe reconheça isso e nós incentivemos porque a dinâmica é diferente. É diferente sem Marta. Neste caso, vamos olhar isso como algo positivo e quando a Marta voltar diremos que também é diferente e será positivo — disse Pia ao ge.globo recentemente.
Além disso, a sueca teve de fazer duas trocas de última hora na equipe. A goleira Natascha, do Flamengo, entrou no lugar de Lelê, que não se recuperou de lesão sofrida em treino do Corinthians, e Duda Sampaio, do Inter, foi confirmada na vaga de Gabi Nunes, também em recuperação de lesão. A meio-campista colorada, inclusive, não é a única da dupla Gre-Nal no campeonato. Ela fará companhia a goleira Lorena, do Grêmio, que vem sendo titular da Seleção.
O Brasil estreia diante da Argentina no próximo dia 9 de julho, às 21h30min (horário de Brasília), em Armênia, na Colômbia. Para esse jogo, a Seleção não poderá contar com Luana, do Corinthians, e Duda Francelino, do Flamengo, que testaram positivo para covid-19 nos testes que antecederam à concentração e ficarão de fora da estreia brasileira na Copa América. Favoritas para vencer, as brasileiras ainda passam por um processo de formação de modelo de jogo com Pia.
— A Pia quer usar muito esse torneio para dar continuidade ao sistema de jogo que ela vem formando. Ela conseguiu arrumar a defesa, a Rafaelle e a Taynara se estabeleceram. Ela quer mais intensidade desse time e quer que a Seleção tenha mais poder de reação. Perdeu a bola, recupera. Ela quer também testar essa questão de recuperação de jogadoras, pois o torneio é parecido com a Copa do Mundo em questão de duração e com distância pequena entre os jogos. O meio-campo melhorou nos últimos amistosos, com Luana e Angelina, mas a primeira positivou para covid-19 e está fora da estreia. A maior questão é que a equipe vem pecando na hora da finalização e dependendo das individualidades — explica Cíntia Barlem, repórter do ge.globo e que acompanha a Seleção na Colômbia.
Copa América
Período:
- 8 a 30 de julho
Participantes:
- Grupo A: Colômbia, Chile, Equador, Paraguai e Bolívia
- Grupo B: Brasil, Argentina, Peru, Venezuela e Uruguai
Regulamento
Na primeira fase, todos contra todos dentro dos grupos em turno único. Classificam às semifinais os dois primeiros de cada grupo.
Após a final e a decisão de terceiro, a campeã, a vice-campeã e a terceira colocada garantem vaga para a Copa do Mundo 2023. Campeã e vice também ganham vaga direta para as Olimpíadas de Paris, em 2024.
Quem ficar na quarta e quinta posição disputará uma repescagem mundial para a Copa do Mundo — os terceiros colocados dos grupos A e B se enfrentarão para decidir quem é o quinto colocado.
Os jogos do Brasil
- 09/07, 21h: Brasil x Argentina
- 12/07, 18h: Uruguai x Brasil
- 18/07, 18h: Venezuela x Brasil
- 21/07, 21h: Brasil x Peru
As convocadas
- Goleiras: Lorena (Grêmio), Luciana (Ferroviária) e Natascha (Flamengo)
- Defensoras: Tainara (Bayern de Munique-ALE), Rafaelle (Arsenal-ING), Fê Palermo (São Paulo), Letícia Santos (Frankfurt-ALE), Kathellen (Inter de Milão-ITA), Tamires (Corinthians) e Antonia (Levante-ESP)
- Meio-campistas: Adriana (Corinthians), Ary Borges (Palmeiras), Angelina (OL Reign-EUA), Kerolin (North Carolina Courage-EUA), Duda Francelino (Flamengo), Duda Sampaio (Inter), Duda Santos (Palmeiras), Gabi Portilho (Corinthians) e Luana (Corinthians)
- Atacantes: Bia Zaneratto (Palmeiras), Geyse (Madrid CFF-ESP), Debinha (North Carolina Courage-EUA) e Gio (Levante-ESP).