Após aprovar um estudo sobre a realização da Copa do Mundo a cada dois anos, a Fifa deseja realizar os torneios continentais de seleções com a mesma periodicidade, alternando com a principal competição de seleções, a partir de 2028. A informação foi revelada pelo ex-técnico francês Arsène Wenger, atual diretor de desenvolvimento de futebol mundial da entidade, nesta sexta-feira (3).
De acordo com Wenger, o objetivo das mudanças é para que ao término de cada temporada europeia, encerradas no mês de junho, aconteça uma grande competição envolvendo as equipes nacionais. A programação de competições da Fifa está garantida até 2024, além da Copa do Mundo de 2026, que acontecerá nos Estados Unidos, México e Canadá.
— O objetivo é seguir melhorando a qualidade do futebol, melhorando a frequência das competições, em paralelo à melhoria das regras do jogo — afirmou o antigo comandante do Arsenal ao jornal esportivo francês L'Équipe.
Wenger, que assumiu a função de trabalhar com projetos de reorganização dos campeonatos envolvendo seleções, negou que as ideias sejam guiadas por objetivos econômicos e que teriam como consequência uma sobrecarga de compromissos para os jogadores. Após cada competição, seria fixado um período de descanso obrigatório de 25 dias.
— Não haverá mais partidas do que antes, e os jogadores serão solicitados pelas seleções com menos frequência. A ideia é melhorar a qualidade do jogo e das competições. Não há nenhuma intenção financeira por trás, ainda mais quando a Fifa divide o dinheiro com todas as federações do mundo — destacou.
Ainda de acordo com o dirigente, as Eliminatórias para os campeonatos internacionais de seleções aconteceriam em duas janelas, em outubro de um ano e em março do seguinte. Ao término da temporada europeia, aconteceriam, alternadamente, Copa do Mundo e competições continentais. A ideia da Fifa, por exemplo, é que a concentração dos jogos represente um menor número de viagens de um continente a outro para muitos jogadores, diminuindo o desgaste.
Wenger destaca, ainda, que os jogos de Eliminatórias atraem pouco interesse de jovens de 15 a 20 anos de idade, que desejam competições atrativas, "mais fáceis de entender". Além disso, é preciso concentrar a atenção "nos grandes torneios, os que têm sentido".