A prefeitura do Rio acatou pedido da Conmebol e liberou 10% da capacidade de cada setor do Maracanã para receber público na final da Copa América, neste sábado, entre Brasil e Argentina. O acesso ao estádio, porém, só será permitido para quem apresentar teste de PCR contra a covid-19 com resultado negativo dentro das 48 horas anteriores a partida — ou seja, na última quinta, quando o estádio ainda não estava liberado para o público.
Com a autorização, a final marcada para as 21h poderá receber até 6,5 mil pessoas, mas isso apenas se o estádio for totalmente aberto.
— Nós tivemos a final da Copa Libertadores (em janeiro), e liberamos lá que tivesse 10% da capacidade. Eles (Conmebol) concentraram cinco mil convidados num mesmo setor do Maracanã, o que acabou sendo um problema. A mudança agora é: 10% em cada setor do estádio. Ou seja, você tem um espaçamento grande entre as pessoas. Não deixa de ser para nós uma espécie de evento-teste neste momento em que as notícias são melhores, e a gente começa talvez um período de transição — disse o prefeito Eduardo Paes (PSD), no início da manhã desta sexta-feira.
Conforme o jornal O Estadão, a Conmebol ainda não tem uma posição oficial sobre quem estará no estádio — seja com venda de ingressos ou com limitação para convidados.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, em um primeiro momento a Conmebol chegou a pedir a liberação para que o jogo recebesse mais de 30 mil torcedores, o que acabou não sendo aceito pela secretaria de saúde do Rio de Janeiro.
— O pedido inicial da Copa América à Prefeitura era realizar com 50% de público, mas a gente considera que ainda não é adequado. A gente reforçou algumas exigências. A Prefeitura liberou 10% da capacidade de todo o estádio, para não ter aglomeração; definiu que todas as pessoas que entrarem no estádio vão ter um ambiente controlado por testagem, então será um dos primeiros eventos em que todas as pessoas que irão entrar terão que ter sido testadas com menos de 48 horas; e manter o espaçamento entre as cadeiras de pelo menos dois metros, respeitando as nossas resoluções. Só reforçando: é 10% para cada setor para evitar aglomeração — explicou.
O prefeito Eduardo Paes negou que tenha sofrido pressão para liberar o público no estádio para Brasil e Argentina.
— Não sofri pressão nenhuma. Ninguém da Conmebol me ligou, nem da CBF. Aliás, o único da CBF que eu conheço é o Walter Feldman (ex-secretário-geral), que saiu. Eu fiquei sabendo pela imprensa que eles haviam feito a solicitação, consultei o secretário de Saúde, eles avaliaram com a maior brevidade do mundo.
Em 2019, quando o Brasil derrotou o Peru na final da Copa América, a lotação máxima do estádio foi de 60 mil pessoas.