O técnico Tite falou nesta segunda-feira (7) pela primeira vez após o afastamento de Rogério Caboclo do cargo de presidente da CBF. No domingo, o jornalista André Rizek, do SporTV, noticiou que o dirigente prometeu a demissão do treinador ao governo federal. O motivo seria a posição contrária de Tite e dos jogadores à participação da Seleção na Copa América. Nesta segunda, porém, o colunista Eduardo Gabardo informou que os atletas resolveram disputar o torneio.
Tite comentou a saída do comandante da CBF:
— Eu compreendo a tua pergunta, sabemos a dimensão e a gravidade do caso. Temos consciência disso. Agora, existe um Comitê de Ética que toma as devidas providências, não é da nossa alçada — afirmou.
O treinador também falou sobre as críticas públicas que recebeu de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e do vice-presidente Hamilton Mourão, que sugeriu que ele deixasse o cargo:
— Eu tenho muito respeito ao meu trabalho, à Seleção Brasileira e a esse momento da Copa do Mundo. A melhor maneira de eu retribuir toda essa confiança das pessoas que estão ao meu favor, é fazer o meu melhor trabalho possível. Fazer com que a Seleção jogue bem e vença.
Perguntado se o comandante da Seleção deve estar alinhado com o governo do país, Tite foi enfático.
— Técnico de futebol tem de estar alinhado com o futebol — limitou-se a dizer, seguindo:
— Eu entendo vocês e a busca das informações. Cada setor tem as suas prioridades e aspectos importantes, para nós isso não tem uma importância vital. O nosso foco está nos treinamentos, em jogar bem. Eliminatória já é uma Copa do Mundo. O que para vocês (jornalistas) talvez possa ser prioritário, para nós não tem essa prioridade.
Tite negou que tenha sido diretamente ameaçado de demissão por Rogério Caboclo. Questionado se já teve contato com a nova direção da entidade, afirmou que essas conversas ocorrem junto a Juninho Paulista, coordenador da Seleção:
— Toda comunicação diretiva é com o Juninho. Existe uma hierarquia. A gente está constantemente tomando café e trabalhando, e todas as decisões que são diretivas são passadas ao Juninho, que está o tempo inteiro com a gente.