A Conmebol divulgou nesta segunda-feira (21) que 140 pessoas envolvidas na Copa América do Brasil testaram positivo para covid-19, em mais de 15 mil exames realizados nas 10 seleções, funcionários de hotéis e de estádios envolvidos na disputa. O boletim da última quarta confirmava 66 casos positivos, menos da metade, e o da sexta, 82.
A entidade não informa quantas pessoas são testadas, mas diz que 15.235 já foram feitos. A taxa de contágio até aqui é de 0,9%. Ainda segundo a entidade, a maioria dos infectados pelo coronavírus é composta por prestadores de serviços, e não atletas ou membros das delegações estrangeiras. Para o infectologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Eduardo Sprinz, a curva de contágio mostra uma realidade que se repete no Brasil ao longo da pandemia.
— É o número elevado de novos casos entrando na chamada bolha, pois essas pessoas provavelmente se expõe em festas e ambientes fora do local de trabalho. Temos que usar para mostrar para as autoridades que nenhum protocolo da Conmebol representa segurança para o brasileiro e que o teste em massa deveria ser feito desde a chegada do vírus aqui — analisa o especialista.
Dentro de campo, Venezuela, Colômbia, Chile, Bolívia e Peru jogaram desfalcados pelo vírus. O protocolo do Ministério da Saúde previa testes a cada dois dias para todos os cerca de 60 membros de cada delegação, além de mantê-los isolados em um andar exclusivo no hotel onde se concentram a cada partida.
No entanto, denúncias anônimas acusaram jogadores infectados da Venezuela de furar o isolamento, circularem pelo prédio do hotel e até saírem para passeios na rua, dias depois da estreia contra o Brasil. Marcelo Moreno, da Bolívia, está isolado após ter testado positivo e ser punido pela Conmebol por criticar a organização do torneio em meio a pandemia.
A seleção do Chile recebeu a visita de um cabeleireiro no domingo e admitiu ter “furado a bolha” de isolamento sanitário à qual toda a delegação deveria obedecer.