— Maradona foi um semideus do futebol, com a bola foi Deus, sem a bola foi humano.
É assim que Paulo Roberto Falcão define Diego Armando Maradona, que morreu na tarde desta quarta-feira (25), na Argentina. Em entrevista ao programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, o ex-comentarista e agora treinador de futebol relembrou a importância do argentino ao futebol mundial e também ao da Itália, onde foram contemporâneos (Maradona defendia o Napoli e Falcão, a Roma).
— O Maradona foi de extrema importância no Napoli, como já tinha sido no Barcelona, no Boca Juniors. Ele sempre fez história por onde passou, até pela qualidade que ele tinha. A participação dele foi muito importante na Itália, por tudo que ele simbolizou, ele lotava o estádio sempre. Ninguém acreditava que ele ia deixar a Espanha para jogar na Itália.
Falcão também relembrou quando o ex-camisa 10 da Argentina o convidou para atuar com ele no Napoli, o que acabou não ocorrendo por um problema no time italiano.
— Em 1986, jogamos juntos uma partida da UNICEF em Los Angeles, fui convocado junto com o pessoal da Argentina, inclusive com Diego. No vestiário, ele me perguntou se eu queria jogar no Napoli. Cheguei a Porto Alegre e recebi uma ligação do diretor do Napoli, nos acertamos, mas acabou que eles estavam sendo acusados por combinação de resultados. Quando foram absolvidos, já havia passado o prazo de inscrever jogadores de fora. Acabei não indo e o Napoli foi campeão naquele ano. Ele foi uma grande personagem, um grande jogador, mas foi humano — finalizou.