A escola alemã de técnicos de futebol está, mais do que nunca, em alta. Se no ano passado Jürgen Klopp levantou a taça com o Liverpool, nesta edição da Liga dos Campeões três dos quatro semifinalistas foram germânicos. Julian Nagelsmann, do RB Leipzig, ficou pelo caminho. Hans-Dieter Flick e Thomas Tuchel, de Bayern e PSG, respectivamente, buscam neste domingo (16), a maior conquista de suas breves carreiras.
A grande final do mais importante torneio de clubes da Europa ocorre às 16h (horário de Brasília), no Estádio da Luz, em Lisboa, reúne Bayern de Munique e Paris Saint-Germain.
Tuchel foi um zagueiro limitado do Stuttgarter Kickers e do ULM 1846, times da quinta e quarta divisões da Alemanha. Uma grave lesão na cartilagem do joelho, em 1998, o fez parar de jogar com apenas 25 anos. A partir daí, começou a buscar a carreira de técnico e seu primeiro time principal foi o Mainz, em 2009 (antes, passou pelos aspirantes do Augsburg).
Sem conquistas, mas com organização, foi contratado pelo Borussia Dortmund e conseguiu ganhar do Bayern a Copa da Alemanha de 2017. Foi a única taça erguida no país onde nasceu. Surgiu como opção ao PSG em maio de 2018, após a saída de Unai Emery. Na França, até esta decisão, nunca foi uma unanimidade, mas venceu duas ligas nacionais e quatro copas em dois anos no cargo. Uma suposta relação conturbada com o diretor-executivo, o brasileiro Leonardo, e com o atacante Mbappé, fizeram o treinador balançar no cargo, mas o desempenho após a retomada dos jogos acalmou os ânimos. E a proximidade de uma conquista inédita deixou Tuchel mais forte do que nunca. Em 103 jogos oficiais pelo Paris, o aproveitamento chega a 81%.
O interino na hora certa
Quem poderia imaginar que nove meses depois de levar 5 a 1 do Frankfurt e assumir interinamente o comando do mais poderoso time alemão, Hans-Dieter Flick se tornaria referência no mundo? Antes de efetivá-lo, o Bayern sondou nomes consagrados do Velho Continente, como o italiano Massimiliano Allegri, o francês Arséne Wenger e o holandês Erik Ten Hag. Só que os resultados do interino foram aparecendo e a direção manteve Flick.
Afirmado no cargo, o técnico de 55 anos ostenta hoje 92,5% de aproveitamento em 36 partidas disputadas. Foram apenas duas derrotas em todo este período, a última em 7 de dezembro do ano passado – ambas na Bundesliga, para Leverkusen e Borussia Monchengladbach. Ou seja, em 2020, o Bayern de Hans-Dieter Flick defende uma incrível invencibilidade de 26 partidas, sendo 21 vitórias consecutivas.
Meia sem destaque do Bayern na década de 1980, o atual treinador estava no time vice-campeão da Liga em 1987, quando os bávaros perderam para o Porto, dos brasileiros Casagrande e Juary, por 2 a 1, em Viena. Ainda jogou no Colônia e no Victoria Bammental antes de se aposentar em 2000.
A carreira de técnico não decolou de imediato, apesar de cinco temporadas no Hoffenheim. Então, Flick virou auxiliar de Joachim Löw na seleção alemã entre 2006 e 2014, tornando-se tetracampeão mundial na Copa realizada no Brasil. Chegou ao Bayern em 2019 para continuar sendo auxiliar. Em uma emergência, virou efetivo, conquistou o Campeonato Alemão com 13 pontos de vantagem sobre o segundo colocado e fez o time encantar o mundo recentemente com atuações de gala na Liga dos Campeões.