Após quase seis meses detidos no Paraguai, Ronaldinho e o irmão Roberto Assis foram liberados na última segunda-feira (24). Os dois devem retornar ao Brasil nesta terça, saindo de Assunção direto para o Rio de Janeiro, onde o jogador tem residência. Advogado dos dois, Sérgio Queiroz falou ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
— A sensação de injustiça é enorme. No dia 6 de março, o Ronaldo e o Roberto tiveram uma decisão de um juiz paraguaio, onde eles reconheceram o uso de documento público adulterado, onde teriam de fazer um pagamento e ir embora. Duas horas depois, eles foram presos, não por esse motivo, mas para que se investigasse o crime de lavagem de dinheiro, sem ser apontado no pleito do Ministério Público paraguaio qualquer indício para uma prisão preventiva. Esses cinco meses e meio seriam para investigar outros delitos, o MP nunca apontou qualquer mínimo indício de outro crime praticado pelos dois — argumentou o advogado, que completou:
— Com certeza (foi abusivo). Para prender, tem que ter qualquer elemento. Quando não existe elemento, é um processo abusivo. Eles não sabiam que o documento era falso, mas foi utilizado, então se pagou a multa para isso, conforme determinado.
Segundo o advogado, agora, Ronaldinho e Assis irão atrás de uma indenização relativa ao período em que estiveram presos sem qualquer tipo de indício de que teriam cometido algum outro crime.
— Vamos estudar uma ação para reparar isso, ele não foi preso por utilizar o passaporte, ele foi preso para que as autoridades estudassem o crime de lavagem de dinheiro, mas nunca tiveram qualquer tipo de indício disso ou de qualquer outro crime. Vamos trabalhar em conjunto com os advogados do Paraguai. — explicou.
Ronaldinho e Assis ficaram detidos na Agrupación Especializada da Polícia Nacional por cerca de um mês. Desde abril, Ronaldinho e Assis estavam em prisão domiciliar no Hotel Palmaroga, localizado na região central de Assunção. Todo esse período totalizou quase seis meses.