A realidade do UFC seguiu o padrão do esporte ao redor do mundo nos últimos dois meses: cancelamentos, prejuízo e expectativa pelo retorno. Mas o presidente da organização, Dana White, sempre foi enfático ao determinar que as lutas voltariam assim que possível. E será desta forma: o UFC 249 está marcado para este sábado (9).
Para que fosse possível realizar as lutas, o Ultimate marcou o evento — e pelo menos os próximos dois — para a cidade de Jacksonville, na Flórida, que está em condições favoráveis em relação a outras regiões dos Estados Unidos. Um dos lutadores no octógono será Fabrício Werdum, que viverá a realidade de lutar sem público na arena. O gaúcho ex-campeão dos pesados conversou com GaúchaZH sobre a preparação e o que espera do evento.
Como tem sido a sua preparação com todas as limitações impostas pelo distanciamento social?
Apesar de tudo que está acontecendo no mundo, foi muito boa. Eu resolvi levar minha família para Big Bear, nas montanhas, onde temos uma casa. E consegui tanto proteger a minha família, já que a cidade é pequena, quanto treinar. Levei um tatame, adaptei os treinos na garagem. Trouxe algumas pessoas para me ajudar e fiz muitos treinos online com meus treinadores. Deu tudo certo, estou muito bem preparado. Até subir a montanha, que eu costumo descer de snowboard, eu subi.
Você chegou a pensar em sair do UFC durante a sua suspensão. Como está a relação entre vocês agora?
Esses dois anos, essa situação que passei, foi tudo muito injusto. Mas a relação com o UFC sempre foi boa. As pessoas precisam entender que o UFC é uma coisa e a Usada (Agência Americana Antidoping) é outra. O UFC contrata a Usada para fazer os testes. O UFC foi muito bacana comigo nesse período, me manteve como comentarista no UFC Espanhol, que eu já faço há oito anos. E isso me ajudou muito a manter a cabeça ativa. A relação é ótima, não é à toa que me colocaram nesse evento incrível.
O Aleksei Oleinik é um lutador muito experiente, com um longo cartel. O que você espera da luta contra ele?
Eu espero uma vitória, em primeiro lugar, que é o mais importante. Eu gostaria de finalizar, nocautear ou ganhar um bônus, seria ótimo. Vai ser uma luta dura, o Oleinik é um cara que não luta de forma tradicional. Preciso ter cuidado, mas vou tentar finalizar ou nocautear.
Você tem mais duas lutas no contrato. A ideia é renovar pra ter chance de voltar a disputar o cinturão?
Tenho essa e mais uma, aí vou decidir o que fazer. Depende da proposta, do momento. Não tenho a decisão 100% na minha cabeça.
Como será a experiência de lutar em uma arena vazia?
Eu acredito que vou estar bem adaptado, já participei de cinco TUFs (The Ultimate Fighter), fui duas vezes o treinador. Então, eu já vivi aquele momento de ver os caras lutando sem público. Vai ser um TUF, só que ao vivo. Eu tenho certeza de que a audiência vai ser muito grande. São dois cinturões, e as pessoas estão doidas para ver esportes na TV. E o UFC conseguiu sair na frente.
UFC 249 (transmissão do Canal Combate em sistema pay-per-view):
Card principal (a partir das 23h)
Tony Ferguson x Justin Gaethje (cinturão interino dos leves)
Henry Cejudo x Dominick Cruz (título dos galos)
Francis Ngannou x Jairzinho Rozenstruik (pesados)
Jeremy Stephens x Calvin Kattar (penas)
Greg Hardy x Yorgan de Castro (pesados)
Card preliminar (a partir das 19h30min)
Donald Cerrone x Anthony Pettis (meio-médios)
Aleksei Oleinik x Fabrício Werdum (pesados)
Carla Esparza x Michelle Waterson (palhas femininos)
Uriah Hall x Ronaldo Jacaré (médios)
Vicente Luque x Niko Price (meio-médios)
Bryce Mitchell x Charles Rosa (penas)
Ryan Spann x Sam Alvey (meio-pesados)