O Departamento de Justiça dos Estados Unidos tornou público nessa segunda-feira (6) um documento no qual acusa o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira de ter recebido suborno para votar no Catar como sede da Copa do Mundo de 2022.
A acusação faz parte de um novo indiciamento do "Fifagate", a maior investigação de corrupção na história do futebol.
Após anos de suspeitas sobre os votos que levaram a Rússia e o Catar a sediar os Mundiais de 2018 e 2022, respectivamente, pela primeira vez, a Justiça norte-americana acusou nominalmente os dirigentes de terem recebido suborno nas votações das sedes da competição. O valor das propinas e a origem delas não foi divulgado pela Justiça dos EUA.
Em entrevista recente à CNN, Ricardo Teixeira disse que as investigações, responsáveis pelo seu banimento do futebol por parte da Fifa em 2019, são uma forma de retaliação do governo norte-americano e, mais precisamente, do ex-presidente do país Bill Clinton. Segundo Teixeira, ele teria sido transformado em alvo da Justiça dos EUA por ter votado no Catar não nos Estados Unidos para sede da Copa do Mundo de 2022.
O ex-presidente da Conmebol Nicolas Leoz e o ex-presidente da Associação Argentina de Futebol (AFA) Julio Grondona também foram acusados de venderem seus votos. Ambos já morreram.
O Departamento de Justiça também acusa o ex-presidente da Concacaf, Jack Warner, de ter recebido cinco milhões de dólares para votar na Rússia como sede do Mundial de 2018.
Presidente da CBF de 1989 a 2012, quando renunciou, Ricardo Teixeira, de 72 anos, foi banido do futebol pela Fifa em novembro de 2019, além de ter sido multado em 1 milhão de francos suíços (R$ 4,25 milhões na época).
Acusado por delatores na Justiça dos EUA, entre eles o ex-amigo e empresário J. Hawilla (1943-2018), de ter recebido propina na venda de direitos comerciais da CBF, Teixeira passou a ser investigado em pelo menos quatro países (EUA, Espanha, Uruguai e Suíça). Desde então, ele não viaja para países que tenham acordo de extradição com os EUA.