Em busca da primeira vitória depois da Copa América, o técnico Tite admitiu mais uma vez que não está contente com o desempenho da equipe que há quatro partidas não vence. Na véspera de enfrentar a Argentina, o treinador da Seleção Brasileira aumentou o mistério quanto à escalação do time, dando a entender que fará mudanças, mas descartando começar o jogo com jogadores convocados pela primeira vez, como o caso do atacante Rodrygo.
O treinador da Seleção Brasileira salientou a grandeza do Superclássico das Américas. No entanto, alertou que o amistoso é preparatório do grupo para jogos oficiais no ano que vem.
— É um jogo especial para o futebol internacional, muito forte e com dimensão histórica, mas vivemos uma etapa de nosso trabalho, preparando para as competições, em que o resultado é fundamental. Tivemos três até agora. Fomos bem nas eliminatórias, mal na Copa do Mundo e bem na Copa América. Claro que queremos resultados e não estamos satisfeitos, mas eles são mais importantes em jogos oficiais — comentou Tite.
Ao lembrar do último encontro com os argentinos, na semifinal da Copa América, o técnico brasileiro preferiu não estabelecer comparações:
— A Argentina teve momentos diferentes de lá para cá. Nosso jogo na Copa América teve um aspecto emocional muito forte.
Se Tite vê mudanças no adversário, confessa que está à procura de alterações necessárias no Brasil já visando as eliminatórias da Copa do Mundo que começam em março.
— Diversos são os fatores que procuramos mudar, seja no sistema ou na troca de jogadores. Eu não encontrei ainda o esquema. Estamos nos reinventando. Quando Neymar saiu, nos reinventamos para jogar a Copa América. Podemos mais do que isto que estamos vendo. Precisamos estabelecer um nível mais equilibrado de defender e atacar — explicou Tite.
Ao falar em mudanças, o técnico evita as palavras "teste" ou "experiência", mas encaminha alterações que prefere chamar de "oportunidades", mas descartou o uso, desde o início do jogo, de calouros como o atacante Rodrygo, ainda sem a adaptação necessária à Seleção.
— Não gosto do termo teste. Talvez para iniciar, eu possa dar alguma oportunidade, mas quem está chegando agora precisa se ambientar. Eu não vou trazer um jogador que está chegando agora à Seleção e já fazê-lo sair jogando. Temos o compromisso de preparar o atleta, de dar oportunidade quando ele estiver preparado. Isto é mais desafiador. Nós preparamos os atletas em todas as etapas para que sejam lançados prontos — comentou.
Na entrevista em Riade, ao falar em trocas na escalação ou com o jogo em andamento contra a Argentina, Tite recordou um momento de arrependimento por não ter mexido na equipe:
— Se eu pudesse voltar atrás, eu teria feito mais trocas contra a Nigéria desde o início do jogo. Me recrimino por isto. Agora, mesmo diante de um amistoso deste tamanho, estamos oportunizando mudanças porque é uma etapa de preparação. Se queremos ganhar lá na frente, temos de nos preparar agora, ainda que não exagerando no número de alterações.
A partir deste pensamento do treinador, nomes como Fabinho e Éder Militão, já experientes no grupo, passaram a ser especulados como possíveis novidades, além da manutenção de Renan Loddi, que já começou a partida contra os nigerianos. Tite preferiu não adiantar se vai usar estratégias que já implementou para conter Messi na partida desta sexta-feira (15), mas, com bom humor, deu o tamanho da preocupação com o craque argentino.
— Continuo sem dormir direito quando tenho de tentar neutralizar um jogador que tem esta capacidade extraordinária — revelou.
O jogo na Arábia Saudita será o quinto enfrentamento dele como técnico da Seleção contra a Argentina. Nos quatro anteriores, dois deles jogos oficiais, foram três vitórias do Brasil e uma derrota, em um amistoso na Austrália.