De maneira surpreendente, a Seleção Brasileira realizou seu último treino antes do jogo contra a Coreia do Sul sem fechar portas para imprensa e convidados. Foi possível a todos acompanharem a atividade desenvolvida por Tite e seu grupo, com a única restrição de proibição de imagens nos momentos de treinamento de bolas paradas.
Todos viram e ouviram Tite modificar a equipe em cinco posições e cobrar tática e tecnicamente seus atletas. Foi um treino com gritos, muitas orientações e variação de esquemas. O time foi testado nos esquemas 4-1-4-1, 4-3-3 e 4-2-3-1 no mesmo trabalho.
Energia no campo e força no discurso. O treinador concedeu entrevista com tom de voz elevado, ainda que sem confronto nas perguntas. Tite não atacou, mas levantou a guarda. Citou mais de uma vez seu tempo de trabalho na carreira de mais de 30 anos e fez alusão a seu currículo para mostrar que conhece situações de pressão. O treinador ratificou que a Seleção vive um momento de preparação em que é necessário o resultado, mas que a falta dele não compromete o projeto.
— É ter necessidade do resultado, mas também compreensão de etapas. Quem fala isto tem um histórico de uma carreira que o credencia. Temos de oportunizar as variantes. Futebol é prática e o momento de praticar é este. Por mais duro que seja, o técnico tem de absorver as pressões e deixar os jogadores tranquilos — afirmou Tite.
Um repórter coreano questionou a situação da Seleção e perguntou se há um desespero do Brasil em busca da primeira vitória em seis jogos. Tite diminuiu o tom da voz, mas foi direto.
— Desesperado eu não estou. Sou muito feliz e realizado por estar onde estou. Sei das pressões, mas não caio em desespero. Sou bem resolvido quanto a isto. Tenho a busca de um grande jogo. Quero que joguemos muito, que a Coreia jogue muito, e que sejamos vencedores — contou.
O treinador brasileiro admitiu que o treino aberto foi estratégico e que as mudanças no time se devem à busca de rodagem dos jogadores mais novos, uma vez que só haverá nova convocação para as eliminatórias em março de 2020. O time não terá mistério.
Em relação à equipe que começou contra a Argentina saem Thiago Silva, Alex Sandro, Casemiro, Firmino e Willian. Destes, o único que ficará fora do banco é Alex Sandro, com lesão na coxa direita. A escalação será: Álisson; Danilo, Marquinhos, Éder Militão e Renan Lodi; Fabinho e Arthur; Lucas Paquetá, Gabriel Jesus e Philippe Coutinho; Richarlison.