O Flamengo venceu um capítulo de um processo movido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que pede o bloqueio de R$ 100 milhões das contas rubro-negras. Esta ação, no entendimento do órgão, aconteceria para garantir que o clube pagasse as indenizações para as famílias das 10 vítimas do incêndio no CT do Ninho do Urubu.
Em sua sentença, o juiz do trabalho Ricardo Georges Affonso Miguel declarou a "incompetência material da Justiça do Trabalho para julgar a matéria relacionada aos jovens em formação desportiva vitimados nas instalações da entidade de prática desportiva ré". Ainda cabe recurso.
— Posso dizer que a Justiça foi feita. Essa é uma matéria que deve ser discutida na Justiça estadual cível. O Flamengo jamais se negou a indenizar, inclusive já acertou com quatro famílias. Não faz sentido penhorar recursos do Flamengo para uma ação futura que sequer deve acontecer. Foi um exagero essa ação — disse Rodrigo Dunshee, vice geral e jurídico do clube.
Até o momento, foram fechados quatro acordos: com as famílias de Athila Paixão, de Gedson Santos, o Gedinho e de Vitor Isaías, além de haver um acerto com pai de Rykelmo. Com a mãe de Rykelmo e os familiares de Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Jorge Eduardo, Pablo Henrique e Samuel ainda não houve um denominador comum.
As negociações são independentes, e o clube não estipula prazo para que a questão seja totalmente solucionada. Os rubro-negros argumentam que estão oferecendo valores acima dos praticados em tragédias deste porte. O inquérito policial que apontou as causas do incêndio nos contêineres estão sob análise de promotores do Ministério Público.
O incêndio no Ninho do Urubu também deixou feridos. Cauan Emanuel e Francisco Dyogo se recuperaram e retornaram ao futebol. Ventura, que teve 30% do corpo queimado e recebeu alta no dia 13 de abril, ainda se recupera. Ele está tendo apoio médico do Flamengo, que vem acompanhando a situação de perto.
O local chegou a ser interditado pelas autoridades, mas o clube cumpriu as exigências até a obtenção do alvará definitivo e do Habite-se, documentos que o Flamengo não tinha quando houve o ocorrido.