SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após decisão da Justiça Federal, a Arena Itaquera S.A, empresa que tem o Corinthians como sócio e que é dona do estádio do clube, foi incluída Serasa nesta quarta (18). A informação consta nos autos do processo que a Caixa Econômica ajuizou para cobrar obra de construção do Itaquerão.
Com a entrada no sistema, a empresa dona do estádio ficará com seu "nome sujo" e terá dificuldades para fazer compras a crédito e obter empréstimos de instituições financeiras.
A Caixa entrou com ação de execução no dia 22 de agosto para cobrar R$ 536.092.853,27 e solicitou a inclusão do fundo Arena Itaquera no Serasa. O juiz Victorio Giuzio Neto acatou e pedido e determinou, no último dia 12, a inscrição no Serasa.
Esse montante é a soma da dívida principal de R$ 487.357.139,34 com R$ 46.797.165,08, fruto de uma multa de 10% (estabelecida no contrato caso a Caixa fosse à Justiça ter que cobrar as obras). A cláusula décima sexta do contrato, assinado pelo presidente da época (novembro de 2013), Mário Gobbi, diz que em caso de cobrança judicial o fundo Arena Itaquera precisará pagar 10% sobre o valor principal da dívida, além de encargos judicias e extrajudiciais e honorários advocatícios.
Em 15 de maio de 2019, o clube quitou a parcela de janeiro. Em 13 de agosto, a de fevereiro. As demais ficaram inadimplentes. O Corinthians pagou, em 2019, segundo a planilha apresentada pela Caixa, R$ 13.007.670,27 de um débito total de R$ 46.797.165,08. Ficou devedor em R$ 33.789.494,81.
Em entrevista na última sexta (13), o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, afirmou que desde o início do financiamento foram pagos R$ 158 milhões.
Nos documentos apresentados pela Caixa no pedido de execução da dívida, o banco detalha o fluxo de pagamento dos débitos de 2019. Não há informações sobre pagamentos feitos pelo Corinthians a partir de julho de 2015, quando terminou prazo de carência dado pela Caixa e as prestações começaram a valer, até dezembro de 2018.