O Brasil inicia, neste domingo (1), uma nova trajetória no basquete. Diante da Nova Zelândia, abre sua participação na Copa do Mundo, na China — a primeira competição importante sob o comando do croata Aleksandar Petrovic.
Entre os 12 jogadores que representarão a seleção na Ásia, estão novos nomes, que fazem parte de uma busca por renovação — como Bruno Caboclo, do Memphis Grizzlies, da NBA, e Didi Louzada, que foi escolhido no draft pelo New Orleans Pelicans, mas jogará a próxima temporada na Austrália.
Por outro lado, também há velhos conhecidos do público. Leandrinho, Alex Garcia e Anderson Varejão, ambos com pelo menos 36 anos, foram chamados.
Varejão, com 13 anos de carreira na NBA, voltou ao Brasil na temporada passada para defender o Flamengo. Não renovou com o os cariocas, mas, antes de pensar nos próximos passos no basquete de clubes, garante que o foco está na seleção.
— É um momento de reconstrução, estamos passando por uma fase de tentar organizar a modalidade. Não é preciso ficar falando sobre os problemas que o basquete teve, por tudo o que passou nos últimos anos, por isso precisamos olhar para frente, pensar em como cada um pode ajudar e trabalhar. A seleção brasileira tem, hoje, um grupo equilibrado, mesclando jogadores mais experientes e talentos da nova geração, uma equipe muito unida dentro e fora da quadra e que está focada em fazer um grande Mundial — garante.
Na história, o Brasil tem dois títulos mundiais, conquistados em 1959 e 1963. Na edição passada, em 2014, teve uma participação relativamente boa: ficou em segundo no grupo, venceu a Argentina nas oitavas, mas caiu nas quartas para a Sérvia. Este ano, está no Grupo F, com Nova Zelândia, Montenegro e Grécia — os dois primeiros passam para a segunda fase, em que haverá um novo quadrangular. Os mata-matas, no novo formato, começam apenas a partir das quartas.
ENTREVISTA COM ANDERSON VAREJÃO
Entre Grécia, Nova Zelândia e Montenegro, qual você considera o mais difícil e o que você espera do Brasil nesta chave?
Não há jogo fácil. Temos três adversários duros na primeira fase da Copa do Mundo e precisamos de concentração e um nível de jogo forte e consistente. É uma chave complicada, mas complicada para todas as seleções. Vamos fazer a melhor preparação possível para chegar bem na China.
O que você consideraria uma Copa do Mundo de sucesso para o Brasil?
Estamos indo para a China para buscar o melhor resultado possível. O Mundial é a competição mais forte, de nível mais alto do basquete. Todas as principais seleções do mundo estarão presentes e temos que deixar o nosso melhor em quadra em cada jogo. Vamos lá para fazer o nosso melhor, pensando partida a partida, um adversário de cada vez, jogando o nosso melhor jogo. Hoje o nosso foco está em trabalhar duro para que a Seleção Brasileira chegue bem preparada para a estreia. Depois, vamos focar no segundo jogo e assim vai ser.
Você acabou não fechando com o Flamengo e disse que a prioridade agora é a seleção. Mas já tem alguma ideia de futuro, se vai seguir no Brasil ou ir para a Europa, por exemplo?
Meu foco está todo aqui na Seleção Brasileira, na preparação para a Copa do Mundo.
Qual é a sua visão sobre o trabalho de Aleksandar Petrovic?
Petrovic é um técnico muito inteligente e exigente. Ao longo das Eliminatórias, foi moldando a equipe ao seu estilo, mas teve a sensibilidade de não mudar a maneira como jogamos, que é bastante ofensiva, sem tirar a essência do Brasil. Aos poucos, estamos vendo a evolução do time. Petrovic é muito detalhista, está sempre fazendo ajustes, e tem uma qualidade que faz muita diferença: gosta de trocar com os atletas e comissão técnica. Ele fala, mas também ouve, procura sempre o melhor para o grupo.
A seleção americana vai cheia de desfalques entre os principais jogadores da NBA. O que você pensa sobre isso?
Mesmo com todas as ausências, os Estados Unidos entram como favoritos ao título na Copa do Mundo.
Além dos EUA, quais outras seleções você considera as mais fortes?
Há muitas seleções fortes na Copa do Mundo. Além dos Estados Unidos, países como Espanha, Sérvia, França, Austrália e Grécia chegam bem fortes para a competição.
O Brasil acabou mesclando jogadores mais experientes e mais jovens. O que você espera dessa equipe e, acima de tudo, do futuro da seleção brasileira?
Temos um grupo equilibrado, uma base que vem jogando junta nesse último ano e meio durante as Eliminatórias. É um time que mescla atletas mais rodados, mais experientes, com bagagem de Mundiais, e outros mais novos, de muito talento e que também já estão acostumados a jogar pela seleção. Nomes como Yago, Didi, Lucas e Caboclo são atletas de qualidade e enorme potencial, nomes da nova geração que vão representar o Brasil por muitos anos ainda. Estou muito feliz em fazer parte dessa seleção e confiante de que vamos fazer chegar bem preparados na China.
Os 12 convocados por Aleksandar Petrovic
Armadores
Marcelinho Huertas (sem time, 36 anos)
Rafael Luz (MoraBanc Andorra-ESP, 27 anos)
Yago dos Santos (Paulistano, 20 anos)
Didi Louzada (New Orleans Pelicans-EUA, 20 anos)
Vitor Benite (San Pablo Burgos-ESP, 29 anos)
Alas
Alex Garcia (Minas, 39 anos)
Bruno Caboclo (Memphis Grizzlies-EUA, 23 anos)
Leandrinho Barbosa (Minas, 36 anos)
Marquinhos Vieira (Flamengo, 35 anos)
Pivôs
Anderson Varejão (sem clube, 36 anos)
Augusto Lima (San Pablo Burgos-ESP, 27 anos)
Cristiano Felício (Chicago Bulls-EUA, 27 anos)
Calendário do Brasil na primeira fase
1/9, 5h, Nova Zelândia x Brasil
3/9, 9h, Brasil x Grécia
5/9, 5h, Brasil x Montenegro