Muito mais do que evidenciar o talento das jogadoras e mostrar a força do futebol feminino, o domingo, 23 de junho, também simbolizou o possível fim de uma era. A de Marta, Cristiane e Formiga, atletas que representaram o Brasil em muitas Copas do Mundo, e que deixam um legado impecável e vitorioso.
Ao final do jogo contra a França, que eliminou a Seleção Feminina nas oitavas de final da competição, Marta desabafou, pedindo mais dedicação e valorização ao futebol feminino e comprometimento para futuras gerações. "É preciso chorar no começo para poder sorrir no final", declarou a melhor jogadora do mundo, que nesta Copa se tornou a maior artilheira da competição, com 17 gols.
A Copa do Mundo de Futebol Feminino, que neste ano é realizada na França, ainda não chegou ao final mas já é um evento histórico. Pelo acolhimento e valorização dessas mulheres que passaram (e ainda passam) por muitos obstáculos e por destacar a importância da visibilidade, do investimento e da criação de uma base sólida para o futebol feminino.
Muito mais do que aplaudir ou torcer, é preciso mobilizar. E a seleção brasileira feminina fez isso: uniu uma nação em uma torcida pelo respeito, pela igualdade e pelo apoio. As próximas gerações podem não ter Marta, Cristiane ou Formiga, mas precisam seguir com a luta e com a bandeira que elas levantam hoje, reivindicando por mais apoio e mais investimento ao futebol feminino.
Ao final da partida, a comentarista da Rede Globo, Ana Thaís Matos, não conteve as lágrimas de emoção. Uma das referências no jornalismo esportivo, ela refletiu sobre os rumos do futebol feminino e sobre a importância de um trabalho contínuo, que exige investimento e valorização. Ela também relembrou toda a luta e o trabalho que a equipe feminina teve para chegar até a concretização de mais um mundial. E pontuou: "É preciso olhar com mais seriedade para a Seleção Feminina de Futebol."
Marta sabe que o futuro depende da dedicação, esforço, luta e mobilização de todas, para que o futebol feminino possa seguir vencendo os preconceitos e obstáculos. O desabafo de Marta, assim como de Ana Thaís, demonstra o sentimento de todas as jogadoras, jornalistas, torcedoras e mulheres que acompanham e torcem pelo futebol feminino. É uma luta de todas, um trabalho contínuo, que ainda carece de muitos fatores, principalmente se comparado ao futebol masculino, mas que a cada dia dá um novo passo.
Vida longa ao futebol feminino.