Pela primeira vez na história, o Brasil tem uma atleta campeã mundial de esgrima. Nesta quinta-feira (18), Nathalie Moellhausen venceu a chinesa Sheng Li na decisão da competição individual de espada, realizado em Budapeste, na Hungria. O resultado surpreende, já que a brasileira é a 22º colocado do ranking em sua especialidade.
Nascida em Milão, a esgrimista tem cidadania brasileira por causa de sua família materna. Ela é filha da estilista ítalo-brasileira Valeria Ferlini. Após garantir o ouro, a atleta beijou a tatuagem que tem no pulso esquerdo, em uma homenagem ao pai, o alemão Philippe Moellhausen, que morreu em março do ano passado de infarto, aos 63 anos.
Nathalie competiu a maior parte da sua carreira representando o país europeu, uma das maiores potências da modalidade. Pela Itália, a atleta conquistou três medalhas em campeonatos mundiais: duas por equipes (ouro em 2009 e bronze em 2011) e uma no individual (bronze em 2010).
Após a Olimpíada de Londres, ela não teve mais espaço na equipe italiana e decidiu paralisar a carreira no esporte para se dedicar a outras. Estudou filosofia na Universidade Sorbonne, foi modelo, produtora de eventos e diretora de arte.
Em 2010, ela já havia criado um espetáculo de dança coreografada com esgrima para a cerimônia de abertura do Mundial de Paris. Depois, produziu o primeiro calendário fotográfico mundial com atletas da modalidade. Em novembro de 2013, fez a direção de arte da festa dos cem anos da Federação Internacional de Esgrima.
Nathalie voltou a competir em 2014, após receber um convite para representar o Brasil, país que ela estava acostumada a visitar para ver a avó quando era criança.
— Sempre tive o sonho de me aproximar ao Brasil. A oportunidade dos Jogos Olímpicos do Rio me pareceu o momento certo para dar esse passo — afirmou Nathalie à resportagem da Folha de S.Paulo na ocasião.
Pelo país, Moellhausen foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 e chegou às quartas de final na Olimpíada Rio 2016, o melhor resultado do país na história do evento ao lado do obtido por Guilherme Toldo, no florete, também nos Jogos do Rio.