TERESÓPOLIS, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro voltou à Granja Comary na manhã desta segunda (3), com o objetivo de falar com o atacante Neymar. O jogador da seleção foi intimado para prestar depoimento no Rio de Janeiro, na sexta-feira (7).
Membros da DRCI (Delegacia de Repressão a Crimes de Informática) apuram a possibilidade de o atleta ter cometido crime ao divulgar imagens íntimas de uma mulher que o acusa de estupro.
Ao fim do vídeo, ele exibiu o que seriam conversas por WhatsApp com a mulher anteriores e posteriores à data em ela afirma ter sido estuprada (15 de maio). Entre as frases, aparecem imagens dela nua ou seminua com o rosto e partes íntimas borradas.
Nesta segunda, uma viatura entrou no centro de treinamento da seleção brasileira, em Teresópolis, por volta das 11h45, enquanto o técnico Tite dava uma entrevista coletiva. Os policiais ficaram por cerca de 50 minutos no local.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) solicitou que o dia do depoimento de Neymar fosse alterado. Na sexta, o jogador estará com o restante do grupo da seleção em Porto Alegre, onde a equipe disputa um amistoso no domingo (9). A equipe se prepara para a disputa da Copa América, que começa no dia 14 de junho.
No domingo (2), um carro da Polícia Civil já havia ido até a Granja Comary. O delegado Bruno Gilaberte, do 110º Distrito Policial (Teresópolis), buscava informações sobre Neymar.
O jogador não se encontrava na concentração no momento da ida do delegado ao local. Ele estava no fim de um período de folga, concedido a todos os atletas da seleção, e retornou posteriormente, de helicóptero.
O delegado e um inspetor permaneceram na Granja Comary por cerca de uma hora no domingo. Eles foram recebidos pelo chefe da segurança da CBF e por um dos responsáveis pela administração da sede da confederação na região serrana do Rio.
Chegou-se à conclusão de que o atacante não estava em Teresópolis quando gravou o vídeo no sábado, motivo pelo qual o caso não ficou com o 110º DP. Os representantes da CBF que receberam a Polícia Civil não informaram onde estava o jogador, e o caso ficou com a DRCI.
As investigações no Rio de Janeiro e em São Paulo ocorrem de forma paralela. No Rio, é pela divulgação das imagens, enquanto o inquérito referente à acusação de estupro está em São Paulo.
Nesta segunda, Neymar da Silva Santos, pai do atacante, voltou a defender o filho. Preservamos, sim, a menina. O Neymar quis mostrar a verdade. Eu prefiro um crime de internet do que um crime de estupro, disse o pai do atleta nesta segunda (3), em entrevista ao programa Aqui na Band, da TV Bandeirantes.
O vídeo foi removido do perfil do atleta pelo próprio Instagram, "por violar os padrões da comunidade", segundo a assessoria de imprensa da empresa.
Na gravação, antes de expor a troca de mensagens com a mulher, Neymar disse ter ficado surpreso com a acusação e repetiu algumas vezes que está chateado.
"Quem me conhece sabe do meu caráter, da minha índole. Sabe que eu jamais faria uma coisa desse tipo", afirmou. Segundo ele, a decisão de expor a conversa foi tomada para provar que não aconteceu "nada demais".
"O que aconteceu no dia foi uma relação entre um homem e uma mulher, dentro de quatro paredes, algo que acontece com todo casal. E no dia seguinte não aconteceu nada demais, a gente continuou trocando mensagem, ela me pediu uma lembrança para o filho e eu ia levar, e bom... agora fui pego de surpresa", disse o atleta.
No vídeo, Neymar também pediu desculpas à sua família. "Estou aqui para pedir perdão para minha família por colocá-los nessa situação. Porque realmente não queria e fui induzido a isso. Que isso sirva de lição", afirmou.
"Espero que fique bem claro, espero que a Justiça olhe as mensagens e veja o que realmente aconteceu", pediu, no final da gravação.