A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu neste sábado (25) o ex-jogador Roni, que defendeu Fluminense, Flamengo e Santos, entre outras equipes, além da Seleção Brasileira na Copa das Confederações de 1999. Ele foi detido em Brasília, pouco antes da partida entre Botafogo e Palmeiras, no Estádio Mané Garrincha. O presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal, Daniel Vasconcelos, também foi detido.
Ambos estavam em um dos camarotes do estádio no momento da detenção. A informação é do site Globo.com. Roni e Daniel são suspeitos de fraudar borderôs de partidas disputadas na capital federal - a prática aconteceria por meio de sonegação do Imposto sobre Serviços (ISS).
O ex-atacante é dono da Roni7, empresa criada em 2012 e responsável pela organização de eventos. Em seu site, existe uma lista de partidas promovidas pela agência de Roni. A reportagem do UOL Esporte entrou em contato com o sócio de Roni e com a assessoria da Federação de Futebol do Distrito Federal, mas não obteve resposta. A Folha de S.Paulo também tentou contato com o sócio, a Federação e com a Polícia Civil, também sem sucesso.
Em julho de 2017, o Ministério Público do Distrito Federal solicitou uma abertura de inquérito contra a Federação de Futebol do Distrito Federal. À época, a estimativa é que R$ 350 mil em impostos deixaram de ser repassados à União durante o período entre novembro de 2015 e junho de 2017.
A prisão foi feita pela Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes contra a Administração Pública, um braço da Polícia Civil. As detenções fazem parte da Operação Episkiros. Os mandados de prisão foram expedidos pela 15ª Vara Federal Criminal do DF.
— Eles trouxeram alguns jogos para Brasília nesse período, e de agora em diante também serão apurados jogos que eles realizaram em outros locais do país. Com o material apreendido hoje, vamos conseguir chegar a um prejuízo aproximado que deram para o erário público e os clubes de futebol, dependendo do contrato que era feito entre eles — disse o coordenador do Cecor, Leonardo de Castro, em entrevista à Globo.com.
— A investigação se iniciou há quase dois anos. Hoje foi o momento de deflagração devido ao momento oportuno pelo jogo em Brasília. Nossas equipes estavam espalhadas e foi feita uma abordagem simultânea da maioria dos suspeitos. Todos colaboraram, com exceção de um que tentou fuga, mas foi capturado na saída do estádio. É importante deixar claro que a investigação está em andamento e as prisões são temporárias, eles ainda são suspeitos. O objetivo da operação é buscar provas para que a gente chegue à materialidade do crime —, ressaltou Castro.