O 2020 de Viviane Jungblut já tem data para começar: 14 de julho de 2019. Às 10h deste dia, no fuso horário da longíqua Coreia do Sul, a nadadora do Grêmio Náutico União entrará no mar de Gwangju para os 10km de maratona aquática do Mundial de Esportes Aquáticos. A gaúcha de 22 anos sabe que terá uma dura missão para se qualificar aos Jogos de Tóquio: fechar a concorrida disputa entre as 10 primeiras colocadas. Isso porque um mesmo país só poderá ocupar duas das 25 vagas reservadas à prova olímpica se ambas as nadadoras terminarem no top 10.
O problema de Viviane é a concorrência com Ana Marcela Cunha. Tetracampeã da Copa do Mundo (circuito de eventos de 10km, a única prova de maratona aquática no programa da Olimpíada) e dona de nove medalhas – sendo três ouros – em Campeonatos Mundiais, nos 5km, nos 10km e nos 25km, a baiana de 26 anos é considerada um fênomeno das águas abertas e dificilmente perderá a viagem para o Japão.
Para chegar na melhor forma possível ao Mundial de Gwangju, Viviane e seu técnico, Kiko Klaser, mudaram os planos nesta temporada. A exemplo de Almir Júnior, a nadadora também resolveu enxugar a calendário de competições. A rigor, a atleta deverá disputar apenas uma prova preparatória para o Mundial.
— Em 2018, Viviane participou pela primeira vez do circuito completo. Avaliamos que a logística atrapalhou. As provas são realizadas em lugares distantes, os deslocamentos são longos. Ela perde mais facilmente massa muscular nessas viagens, e isso prejudicou seu desempenho na competições e nos treinos — explica o técnico.
Segundo a atleta, os resultados ficaram abaixo do esperado.
— Terminei em oitavo lugar no ranking, a meta era ficar entre as cinco primeiras colocadas — admite Viviane, que teve como melhor resultado a medalha de prata em uma etapa canadense do circuito — O foco agora é preparação para o Mundial. No ano passado, foram muitas competições e intervalos curtos de treino.
Vale lembrar que a nadadora ataca em outras frentes: as provas de fundo nas piscinas. No último Troféu Maria Lenk, a gaúcha faturou o ouro nos 400m, nos 800m e nos 1.500m livre, uma façanha incomum na principal competição da modalidade no Brasil. Esta última prova, aliás, estreará no programa feminino da natação olímpica. Sua melhor marca, 16min22s48, a qualificaria para as semifinais dos 1.500m livre do último Mundial de natação, disputado em Budapeste, na Hungria, em 2017.