Começaram os estaduais em todo o país e muitos clubes ainda nem formaram seus times principais, que dirá seus elencos. Não é o caso de Flamengo e Palmeiras, que dispensaram enormes quantias para qualificar ainda mais seus grupos. As expectativas são enormes e a pressão também. O que apresentaram os dois clubes mais ricos do Brasil em suas estreias no ano?
Enquanto Grêmio e Inter usaram reservas e jovens promessas neste começo de Gauchão, Flamengo e Palmeiras entraram em campo com o que tinham de melhor disponível. Escalações que deixariam a maioria dos times do país com inveja.
Um Flamengo promissor
O time de Abel Braga veio da Florida Cup com o objetivo de aumentar a verticalidade e a velocidade em sua transição ofensiva, mesmo sentindo a falta de jogadores que potencializem isso. Diego e Éverton Ribeiro não são atletas velocistas e Vitinho terminou a partida sendo vaiado pela torcida no Maracanã.
Na virada por 2 a 1 contra o Bangu, o Flamengo foi a campo com Diego Alves, Pará, Rhodolfo, Rodrigo Caio e Renê; Arão e Cuéllar; Éverton Ribeiro, Diego e Vitinho; Uribe. Time no 4-2-3-1, com circulação de bola pelo meio um pouco travada e buscando o escape pelos lados.
Vendo o mapa de calor consolidado da equipe, o time jogou com suas linhas bem adiantadas e mais intensidade pelo lado direito. No mapa de posse, a extrema direita no último terço – por onde passaram Éverton Ribeiro, Diego e Pará. No mapa de finalizações, três foram na pequena área (um gol incluído). Outras 11 na grande área, sendo apenas três certas (27%).
Palmeiras com mais mobilidade
O time de Luiz Felipe Scolari empatou em 1 a 1 com o RB Brasil em Campinas e entrou em campo com Weverton; Mayke, Luan, Gomez e Diego Barbosa; Felipe Melo e Thiago Santos; Scarpa, Lucas Lima e Dudu; Borja. Jogando também no 4-2-3-1, o melhor que se viu deste time em relação ao do ano passado foi a constante mudança de posicionamento entre os jogadores da linha de 3, atrás do centroavante.
A movimentação dos volantes também foi bem interessante. No segundo tempo, Bruno Henrique entrou no lugar de Felipe Melo e aumentou ainda mais essa mobilidade e variação de posicionamento que permite um time mais associativo. Apesar de que buscar a bola longa e a conexão direta foi uma tendência no jogo.
No mapa de calor consolidado, o time ficou mais atrás da linha do meio-campo e buscou as laterais, mas teve pouca profundidade. Tanto que no mapa de passes vemos que houve apenas 2,9% de posse de bola na região central do último terço. Não houve finalizações na pequena área.
Ainda há muito por vir
Ambas as equipes ainda estão recebendo novos atletas e nomes como Gabigol, Arrascaeta, Bruno Henrique (ex-Santos), Zé Rafael, Ricardo Goulart, entre outros, ainda devem ser testados. Tanto Felipão quanto Abel terão muito trabalho para condicionar suas ideias em grupos recheados de estrelas e com a cobrança de disputar todos os títulos do ano.
Claro que os estaduais não servem de parâmetro de qualidade pelo nível técnico dos adversários, mas só o fato de ambos os times estrearem com equipes titulares já é um sinal das intenções dos dois treinadores. Flamengo e Palmeiras irão pautar o ano do futebol brasileiro. Cabe a todos os outros times correrem atrás e impedirem uma dinastia alviverde e rubro-negra.