Mesmo sem conquistar os títulos tão esperados pela torcida, frustração gerada em boa parte pela eliminação injusta na semifinal da Libertadores contra o River Plate, nós gremistas temos bons motivos para festejar. Diria até que nos divertimos muito com os episódios que sucederem aquela fatídica noite em Porto Alegre.
O clube argentino protagonizou o que há de pior no futebol: venceu com ajuda da arbitragem, foi cúmplice de uma atuação antidesportiva do seu treinador, Marcelo Gallardo, que mesmo suspenso entrou no vestiário e comandou o time na partida contra o Tricolor, na Arena, e ainda viu sua torcida apedrejar o ônibus com a delegação do Boca Juniors antes do segundo jogo da final, na Argentina. Tudo com a conivência da Conmebol.
Mas, certamente, se Deus não joga, Ele fiscaliza. Assim, depois de adiar por duas vezes a partida que seria jogada no Monumental de Núñez, veio a decisão estapafúrdia de transferir a final da Libertadores da América para a Europa. Realizar o jogo no Santiago Bernabéu, do Real Madrid, na charmosa cidade espanhola, talvez fosse a única forma de conseguir encerrar o campeonato com segurança. Mas a definição não agradou nem a gregos, nem a troianos, e principalmente nem aos hinchas.
Enfim, River campeão. É hora de completar o vexame disputando o Mundial de Clubes. Para quem chegou tão longe com jogadas deveras contestadas, não contar com a mão amiga da Conmebol foi determinante para o fracasso. Ser eliminado pelo Al Ain, time árabe com pouca tradição no futebol, configurou-se no segundo mazembaço. Gremistas e colorados entendem do que estou falando.
Perder é do jogo. Passar por algum constrangimento dentro das quatro linhas também faz parte do contexto do esporte mais apaixonante do mundo. Mas desrespeitar as regras, tripudiar e não exercer o fair play é imperdoável. Os céus decidiram agir.
Se ficar alegre com a desgraça alheia é coisa de gente mesquinha, achar prazer na justiça é algo que engrandece. Com tantos acontecimentos que tiraram o brilho da maior competição sul-americana, estamos todos de alma lavada. Se o futebol tem o poder de nos fazer chorar, ah, ele também sabe muito bem como fazer um gremista sorrir.