Roger Federer, 37 anos, não vive no passado. Minutos após ter sido derrotado nas oitavas de final do Aberto da Austrália pelo grego Stefanos Tsitsipas, ele anunciou que vai disputar Roland Garros em 2019. Preocupado com lesões, o suíço não joga em torneios de saibro desde o Aberto da Itália em 2016.
— Eu não tenho mais 24 anos — disse várias vezes para justificar sua ausência no Grand Slam disputado em Paris.
Mas com a carreira se aproximando do fim, ele resolveu que vale a pena tentar mais uma vez.
— Estou em uma fase em que quero me divertir. Não creio que esteja em momento da carreira que tenha muito mais o que almejar — disse ele neste domingo (20).
Tenista de quadras rápidas e que privilegiou este tipo de piso nos últimos anos, Federer não atua em Roland Garros desde 2015, quando foi eliminado nas quartas de final pelo também suíço Stan Wawrinka, que seria campeão.
Ele vai tentar Roland Garros mais uma vez porque é o Grand Slam em que menos teve sucesso na carreira. Ganhou um título do torneio, em 2009. Número que não se compara à quantidade de títulos que obteve no Aberto da Austrália (seis), em Wimbledon (oito) e no Aberto dos Estados Unidos (cinco).
Federer abdicou dos torneios no saibro nos últimos três anos por causa dos problemas físicos. Em 2016 não jogou em Paris por causa de contusão nas costas e em seguida perdeu o resto da temporada devido a dores no joelho.
Em 2017 e 2018 preferiu não participar, em parte por achar que se entrasse em torneios vistos como preparatórios para Roland Garros, poderia provocar novas lesões.
— É mais uma questão de desejo meu. Não creio que agora precise de muito tempo de descanso — completou, mudando o discurso em relação aos últimos anos.
Federer poderá também renovar a clássica rivalidade com Rafael Nadal, espanhol especialista no saibro, 11 vezes campeão em Roland Garros e considerado um dos maiores especialistas no piso lento na história do tênis. Eles já se enfrentaram em quatro finais do torneio francês. Nadal ganhou todas. A última foi em 2011.
— Federer se mantém saudável e eficiente. Ele é incrível e me impressiona porque eu me aposentei aos 36 anos e foi uma coisa abrupta. Acho que será abrupto para ele também. Creio que é muito bom que todos aproveitem bem este tempo em que ele está jogando agora — resumiu no ano passado o americano André Agassi, que deixou o tênis em 2006.
Por causa do tempo e do final de carreira que se aproxima, o suíço resolveu dar uma nova chance ao maior torneio de uma superfície que não é a sua favorita.