Além de conquistar a Copa Sul-Americana 2018, outra novidade marcou os últimos dias do Atlético-PR: a mudança na identidade visual. Na intenção de se diferenciar de outros times e resgatar o passado, o clube optou por voltar a usar o primeiro registro, de 1924, “Athletico”. Mas esta alteração no escudo gerou polêmica nas redes sociais. É que a nova versão é muito semelhante a outras como a da marca Honda e, especialmente, uma logo de corridas femininas da empresa Nike, podendo configurar cópia.
O fato provoca uma reflexão importante sobre a produção criativa no nosso país. Pode parecer óbvio, porém é importante ressaltar que, durante o desenvolvimento da marca, é necessário muito cuidado em ser original e estar atento para que uma inspiração não se transforme em uma reprodução. Depois de todo o trabalho idealizado, se a Nike tiver o registro da marca, pode acionar a Justiça e suspender a circulação do escudo, especialmente dos produtos de vestuário e para prática de esportes.
O criador do novo símbolo do Atlético nega ter copiado e afirma que a semelhança foi uma coincidência, mas vale lembrar e fazer um alerta: Quanto maior a diferença em relação às demais, mais a empresa ou o produto será lembrada de forma singular pelo público. Infelizmente, não é o que acontece muitas vezes.
Em alguns casos, empresas que já tinham feito seu conceito visual, precisaram mudar tudo. Nesse processo, ocorre um significativo investimento financeiro, além da perda de tempo e credibilidade.
Podemos imaginar o impacto que isto causaria em um clube como o Atlético-PR. A situação poderia ser evitada com uma busca prévia, fazendo uma rigorosa análise no banco de dados do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) de acordo com diversos parâmetros. Quanto mais minuciosa a pesquisa, menor a chance de insucesso, já que a propriedade intelectual exige estratégia e planejamento. É o maior bem de qualquer empresa ou clube e merece esse cuidado.